Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

ÁFRICA, UM CONTINENTE SEM HISTÓRIA?


Não há região do mundo mais vítima da naturalização da miséria do que África. Na concepção eurocêntrica, bastaria cruzar o Mediterraneo para se ir da “civilização” à “barbárie”. Como se África não tivesse história, como se seus problemas fossem naturais e não tivessem sido resultado do colonialismo, da escravidão e do neocolonialismo.
Continente mais pobre, mais marcado por conflitos que aparecem como conflitos étnicos, região que mais exporta mão de obra – a África tem todas as características para sofrer a pecha de continente marcado pelo destino para a miséria, o sofrimento, o abandono.
Depois de séculos de despojo colonial e de escravidão, os países africanos acederam à independência política na metade do século passado, no bojo da decadência definitiva das potências coloniais europeias. Alguns países conseguiram gerar lideranças políticas nacionais, construir Estados com projetos próprios, estabelecer certos níveis de desenvolvimento económico, no marco do mundo bipolar do segundo pós-guerra.
Mas essas circunstâncias terminaram e o neocolonialismo voltou a se abater sobre o continente africano, vítima de novo da pilhagem das potências capitalistas. A globalização neoliberal voltou a reduzir o continente ao que tinha sido secularmente: fornecedor de matérias primas para as potências centrais, com a única novidade que agora a China também participa desse processo.
Mas o continente, que nunca foi ressarcido pelo colonialismo e pela escravidão, paga o preço desses fenómenos e essa é a raiz essencial dos seus problemas. Mesmo enfrentamentos sangrentos, atribuídos a conflitos étnicos, como entre os tutsis e os hutus, se revelaram na verdade expressão dos conflitos de multinacionais francesas e belgas, com envolvimento dos próprios governos desses países.
Hoje África está reduzida a isso no marco do capitalismo global. Salvo alguns países como a Africa do Sul, por seu desenvolvimento industrial diferenciado e alguns países que possuem matérias primas ou recursos energéticos estratégicos, tem um papel secundário e complementar, sem nenhuma capacidade de assumir estratégias próprias de desenvolvimento e de superação dos seus problemas sociais.
A globalização neoliberal acentuou a concentração de poder e de renda no centro em detrimento da periferia. Os países emergentes – em particulares latino-americano e alguns asiáticos – conseguiram romper essa tendência, mas não os africanos, porque não conseguiram eleger governos que rompessem com a lógica neoliberal predominante.
O novo ciclo da crise capitalista e a primavera no mundo árabe podem trazer novidades que permitam a países africanos somar-se aos governos progressistas da América Latina. (A análise é de Emir Sader)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

GOVERNO QUER TRAVAR SAÍDA DE IMIGRANTES

Ser português mão é uma nacionalidade: é um calvário. Fomos educados a fazer aquilo que os outros fazem e a gostar daquilo que os outros gostam. Não vivemos de sonho: alimentámos a ilusão, iludimo-nos conscientemente, caminhámos como aturdidos para o abismo, sem protestar, sem reflectir, sem interpelar e questionar. Portugal é um lugar de sofrimento e de desespero, e a sua História um longo eclipse da razão: um país sem rigor moral (Baptista Bastos, “ Um Homem Parado no Inverno”)

O Governo quer travar o regresso dos imigrantes aos países de origem, através de várias medidas a implementar nos próximos anos, diz o secretário de Estado adjunto do ministro dos Assuntos Parlamentares.
Feliciano Barreiras Duarte afirmou, este sábado em Fátima, no âmbito do Encontro Nacional das Migrações, que o objectivo é “aprofundar a aprendizagem da Língua Portuguesa” e “melhorar as oportunidades ao nível do emprego e da habitação”.
O Executivo pretende também, nos próximos anos, aperfeiçoar a legislação portuguesa “no que diz respeito ao acesso a direitos cívicos e políticos”, que são determinantes para uma “melhor integração” dos imigrantes na sociedade, sublinhou.
O Governo considera que a imigração é uma das alavancas para o país sair da crise, não só pelo que representa em termos de equilíbrio da Segurança Social, mas também a nível demográfico, já que a crescente diminuição da taxa de natalidade no nosso país está a preocupar as autoridades. Confira aqui
Imagem daqui

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

UMA CERTIDÃO DE ÓBITO PARA A UGT

Torres Couto, antigo secretário-geral da UGT, não se revê no acordo assinado pela central sindical que ajudou a fundar e diz que este poderá ser a sua «certidão de óbito», caso não haja contrapartidas para os trabalhadores, para além das conhecidas.
 Para Torres Couto, a UGT ficará numa «situação extremamente delicada» caso haja «manchas alargadas de contestação nos locais de trabalho a este acordo». «Poderá ser uma certidão de óbito para a central sindical», avisou.Confira aqui

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

IDEIAS DA ESQUERDA RADICAL GANHAM ESPAÇO NAS EDITORAS E LIVRARIAS FRANCESAS


Em novembro de 1969, o militante comunista brasileiro Carlos Marighela foi assassinado pela polícia em uma emboscada. Marighela deixou uma obra de vasta influência: o “Manual de Guerrilha Urbana”. Esse texto teorizava a luta armada em um meio ambiente urbano contra as teorias de Che Guevara e Regis Debray, para quem o “foco” revolucionário devia ser desenvolvidos nos meios rurais. O manual de Marighela é um livro "cult" da esquerda radical francesa e pode ser adquirido livremente em algum dos numerosos circuitos de distribuição em que se apoia a extrema-esquerda. A presença do “Manual de Guerrilha Urbana” nas livrarias francesas testemunha o renovado vigor editorial que a difusão das ideias da extrema-esquerda está conhecendo no país(O artigo é de Eduardo Febbro).

NOTA: Carlos Marighela, não teve apenas o mérito de ter dado à causa revolucionária uma importante contribuição prática e teórica, deu-lhe a vida.

CAI MEIA HORA EXTRA E MENOS TRÊS DIAS DE FÉRIAS

O Governo deixou "cair" a proposta de aumentar em mais meia o horário de trabalho diário.
"Portugal mostra ao mundo, aos mercados, que mais uma vez sabemos ultrapassar as nossas diferenças e sabemos unir-nos em momentos de dificuldades. É exatamente com este espírito de união consagrado neste acordo que mostramos ao mundo que estamos a lançar as bases para vencer a crise.Após meses de intensas negociações, o país sai daqui com um acordo em que reforça a competitividade da economia nacional, em que se lançam as bases para o crescimento económico e em que se preservam as bases para a paz social".
(Declarações do ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira,no final de uma reunião com o patronato e os Sindicatos afectos ao PS/PSD).