IDEOLOGIA DO CONSENSO (7)
A FARSA
NEOLIBERAL
Atrás da
expressão neutra da “mundialização da economia” e seu corolário já mais
explícito da “vitória do mercado”, esconde-se um modo específico de
funcionamento e de dominação política e social do capitalismo. O termo
“mercado” é a palavra que serve hoje para designar pudicamente a propriedade
privada dos meios de produção (Chesnais)
A farsa neoliberal fundamenta-se na
ideologia do “consenso”, e no pensamento único.
Para o neoliberalismo, qualquer tentativa de justiça social torna-se
inócua porque novas desigualdades fatalmente ressurgirão. A desigualdade é um
estimulante que faz com que os mais talentosos desejem destacar-se e ascender
ajudando dessa forma o progresso geral da sociedade. À luz deste modelo, tornar
iguais os desiguais é contraproducente e conduz à estagnação. O discurso neoliberal atribui à intervenção estatal e à esfera pública
todos os males sociais e económicos, exaltando a livre iniciativa como solução
frente aos problemas. Noções como igualdade, justiça social e direitos
adquiridos cedem lugar às noções de produtividade, eficiência e qualidade. O
Estado deve garantir e proteger o livre mercado. A
sua sacralização é a pedra de toque que reforça
a ideia do misticismo que envolve o modelo
neoliberal: basta recordar a crença cega num receituário fraudulento que falhou
a toda a linha onde quer que tenha sido ensaiado.
“Os defensores do FMI querem fazer crer que o fim da
recessão é testemunha da eficácia das políticas do Fundo. Bobagem. Toda a
recessão acaba algum dia. Tudo que o FMI fez foi agravar as recessões
tornando-as mais profundas, mais prolongadas e mais difíceis” (Joseph Stiglitz
ex-economista chefe do Banco Mundial).
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