DETIDOS SUSPEITOS DO ASSASSINIO DE JORNALISTA RUSSA
Dez suspeitos aguardam julgamento sobre o alegado envolvimento no homicídio da jornalista russa, Anna Politkovskaya, morta a tiro em Outubro passado, quando saia da sua casa em Moscovo para o trabalho.
O Procurador-geral russo, general Yuri Chaika, anunciou numa conferência de Imprensa que o grupo fora liderado por um senhor do crime checheno e incluía um membro dos serviços federais da segurança russa, FSB, o órgão que substituiu o antigo KGB.
A jornalista e autora russa foi uma veemente detractora do abuso dos direitos humanos na Chechénia e de outras alegadas irregularidades do regime do presidente, Vladimir Putin.
Na conferência de Imprensa, o general Chaika disse que a investigação levou as autoridades a concluir que só “conspiradores residentes no estrangeiro” poderiam estar interessados no assassinato da jornalista.
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Conspiração'
“Estamos a falar de forças interessadas em desestabilizar o país, em alterar a sua ordem constitucional, em promover a crise e em regressar ao velho sistema onde o dinheiro e as oligarquias governavam, em desacreditar a liderança nacional e em colocar pressão externa sobre o nosso país”, discursou.
Mas o quadro apresentado de ‘gangsters’ chechenos operando em conivência com a polícia russa e um coronel do FSB radicado no estrangeiro não está a convencer todos os observadores.
Alexander Goldfarb, um exilado russo autor do livro, "Morte de um Dissidente" manifestou à BBC suspeitas quanto à claridade e imparcialidade da investigação que levou ao anúncio das dez detenções.
'Dúvidas'
"Estou muito céptico relativamente a tudo o que a acusação russa está a fazer porque há um registo de provas falsificadas e de acusações politicamente motivadas.
“Qualquer observador, incluindo a própria Anna Politkovskaya, diria que a Procuradoria-geral russa não é uma autoridade independente mas totalmente subordinada ao Kremlin", acusou o autor exilado russo.
O Governo russo continua a negar qualquer ligação ao homicídio.
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