GOVERNO IRAQUIANO EXIGE PEDIDO DE DESCULPAS
O governo iraquiano pediu ontem à França que se desculpe pelas declarações do seu ministro dos Negócios Estrangeiros e criticou a senadora democrata norte-americana Hillary Clinton por ter pedido a substituição do primeiro-ministro Nuri al-Maliki. "Algumas personalidades internacionais, a partir dos seus cargos, estão a manifestar e a ditar directrizes ao Parlamento para derrubar o governo. Esta é uma flagrante interferência nos assuntos de um Estado independente e nos do Parlamento eleito por 12 milhões de iraquianos", afirmou o primeiro-ministro Nuri al-Maliki.
"Fomos surpreendidos pelas declarações do ministro, que foram muito além do que qualquer protocolo", disse al-Maliki, referindo-se ao facto de Bernard Kouchner ter dito que o primeiro-ministro do Iraque e o seu governo são "ineficazes". Kouchner defendeu, numa entrevista à revista Newsweek que, para se chegar a uma solução no Iraque, é preciso substituir Maliki.
"São muitos os que pensam que o primeiro-ministro deve ser substituído, mas desconheço quais seriam as consequências, porque parece que o presidente George W. Bush está muito próximo de al-Maliki. Mas é certo que o governo não funciona", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros francês.
O governo francês tentou hoje minimizar as declarações de Kouchner, afirmando que "se referem a um debate em curso já há algum tempo".
Maliki criticou também, durante a inauguração do novo centro de imprensa na sede do governo na Zona Verde de Bagdad, os senadores democratas norte-americanos Hillary Clinton e Carl Levin por terem solicitado ao Parlamento iraquiano que substitua o chefe de governo.
Para o primeiro-ministro, os dois senadores "falam do Iraque como se este se situasse nos Estados Unidos. (...) São democratas e deveriam entender o que levou a democracia ao Iraque. Devem voltar à razão e saber que o Iraque é um país que deve ser respeitado".
Sem comentários:
Enviar um comentário