Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

HIP HOP CRITICA PODER EM MOÇAMBIQUE



"As Mentiras da Verdade", um Hip Hop irreverente de apresentação do jovem músico Azagaia, está a ter um grande impacto não só em Moçambique como em vários partes do mundo.
O single faz parte do álbum provisóriamente intitulado "Babalaze" - que em Moçambique significa "ressaca" - em referência à obra "Babalaze das Hienas" do poeta moçambicano José Craveirinha.
Azagaia, ou Edson da Luz, é um jovem universitário moçambicano que está a mexer com o mundo do hip-hop, por intermédio da sua incursão pelas maleitas do país,
Entrevistado para o programa Tribuna Cultural da BBC para África, Azagaia explicou que a certo momento da sua juventude "já não se limitava simplesmente a consumir informação" e "começou a questionar" as "diferentes versões dadas para um mesmo facto.
Neste controverso tema de apresentação, Azagaia aborda uma série de temas da actualidade moçambicana, desde o assassinato do jornalista Carlos Cardoso, à corrupção até à polémica dos esquadrões da morte no seio da polícia.
Confrontado com o entusiasmo do público moçambicano e a polémica gerada pelo seu trabalho, Azagaia diz que julga "ter apenas aumentado o volume das conversas de esquina, porque as pessoas têm muito medo de falar de certos casos", por vezes até, diz ele, de perder o emprego.
Azagaia pensa que "trouxe apenas à tona" as conversas "que se tinham até agora na segurança do lar" e que alguns investigam na imprensa.
"Eu apenas dei um passo, no sentido de tentar traduzir aquilo que é o sentimento de todos os moçambicanos a propósito de todos os casos quentes que nos incomodam".
"Nós somos livres", diz Azagaia quando lhe perguntámos se sente uma coragem especial por dizer aquilo que pensa. Adianta ainda que "não devia ser necessário a um cidadão muita coragem para dizer aquilo que se sente. Deveria ser um exercício normal".
Em jeito de remate, Azagaia diz que esta polémica serviu também para mostrar aos moçambicanos fora do país, que os jovens em Moçambique "não estão a dormir" e que "tem sentido crítico".
Não são apenas sociólogos a questionar o presente, diz Azagaia, mas também "os jovens e estudantes".
Azagaia termina dizendo que "acima de tudo encoraja as pessoas a fazerem algo para mudar, que interiorizem a mensagem e pensem sobre o que podem fazer" para "melhorar o actual mosaico social em Moçambique", onde "não está tudo mal, mas onde o que está mal está a manchar" o que vai bem.
"As Mentiras da Verdade" é apenas o single de apresentação de um álbum que, Azagaia promete, irá abordar muitos outros temas prementes da sociedade moçambicana "que ficaram por falar" e cujo lançamento deverá ter lugar lá mais para Agosto.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tenho de verificar se o Edson ja publicou finalmente o disco. Quando o entrevistei ele dizia que era suposto ser em Agosto. Quando souber darei a conhecer (ou se alguem o souber, agradeco a informacao)
saudacoes solidarias!
L. Cardador

AGRY disse...

Apareça sempre que puder. É um prazer recebê-lo e...lê-lo.
Até sempre
saudações solidárias

Agry