Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

domingo, 21 de outubro de 2007

AS MULHERES LETRADAS E ILETRADAS


A julgar pelas afirmações produzidas por Graça Júlia, do Fórum Mulher, as deputadas no Parlamento, em Moçambique, são reprimidas e anestesiadas
pelo machismo reinante na sociedade moçambicana inevitavelmente transferido para aquele órgão legislativo.
Os privilegiados não cedem o poder sem luta, digo eu. A ser assim, caberá às mulheres desencadearem o processo que conduza ao reconhecimento e/ou devolução dos direitos e liberdades que assistem a todos os cidadãos, sem excepção.
Na minha opinião, as mulheres, enquanto cidadãos, não têm alternativa à luta sem quartel. Por outro lado, culpabilizar, mais uma vez, os homens-deputados de as colonizarem não faz muito sentido, isto é, o oprimido não suplica ao opressor que lhe conceda alguma liberdade. Luta por ela e contra ele. Como? Não há receitas e, se existissem, deviam ser subscritas pelos directamente envolvidos na busca da terapêutica adequada para debelar este mal social.
Finalmente, não concordo, de todo, que seja a mulher letrada a que mais sofre. Certamente, isto terá a ver com o posicionamento ideológico de quem produz tais afirmações.
Teremos, assim, outra camada da população que ficará excluida: refiro-me às mulheres iletradas

Estamos numa sociedade patriarcal onde até no parlamento o poder masculino impede a voz da mulher” “A camada que sofre mais violação doméstica é a letrada. Sofre mais do que a do campo - Graça Júlio, da Fórum Mulher

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