Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

SAMORA MACHEL MORTO HÁ 21 ANOS


A família do antigo Presidente moçambicano Samora Machel, morto num acidente de aviação há precisamente 21 anos, afirmou em Maputo que espera ainda pelo esclarecimento das circunstâncias em que o estadista perdeu a vida. Um inquérito realizado ao acidente, ocorrido a 19 de Outubro de 1986, na localidade sul-africana de Mbuzini, dividiu profundamente os investigadores do Governo sul-africano da época, ainda na vigência da política de "apartheid" neste país, e os do Governo moçambicano. Os peritos sul-africanos concluíram que houve erros de pilotagem dos tripulantes russos do Tupolev em que seguia a comitiva presidencial, enquanto os moçambicanos insistem na tese de que o aparelho, atraído por um sinal de rádio alegadamente colocado pelo regime sul-africano, se descontrolou e foi embater numa montanha. Para o Governo moçambicano, a tese de sabotagem do avião pelo extinto governo minoritário branco da África do Sul é coerente, pois alguns meses antes do desastre, altos quadros daquele regime tinham ameaçado Samora, em retaliação contra o apoio que o presidente moçambicano dava a guerrilheiros do Congresso Nacional Africano (ANC), o movimento que lutou pelo fim do "apartheid" e está actualmente no Governo.

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