Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

ANTROPÓLOGO LANÇA BIOGRAFIA DE AMILCAR CABRAL



Sobre o ideólogo, o intelectual, o combatente, o revolucionário, que foi (que é) Amilcar Cabral, o Diário Digital, noticia hoje que, "antropólogo lança biografia sobre Amílcar Cabral O «pai» das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde, Amílcar Cabral, foi «um fazedor de utopias», que enfrentou muitas contradições pessoais e no movimento de libertação que liderou, acabando por morrer precisamente por causa delas.

Estas são as palavras que o Diário Digital usa para se referir à notícia do lançamento dum livro sobre Amilcar Cabral. Preciso de o ler. As aspas usadas pelo Diário não me elucidam ,não me esclarecem e provocam-me dúvidas. Essa de Amilcar Cabral pensar como português tem que se lhe diga. Não gostei nada do que li. Vou ler o livro. Tenho,à partida, muito cepticismo no que António Tomás ,autor do livro, reinventou ao referir-se ao homem(Amilcar Cabral) que escreveu:
"Não podiamos mobilizar as pessoas dizendo-lhes: a terra deve pertencer a quem a trabalha.
Sob o colonialismo manteve-se uma estrutura de base: aterra como propriedade colectiva da aldeia.É um dos traços que caracterizam o nosso meio rural que não era explorado directamente pelo colonizador, mas era explorado através do comércio, pela diferença entre os preços e o valor dos produtos."
E noutro passo: " As massas populares são portadoras de cultura, elas são a fonte da cultura e, ao mesmo tempo, a única entidade verdadeiramente capaz de preservar e de criar a cultura, de fazer história"
Finalmente: " A História só reterá com honra os nomes daqueles que, recusando-se a colaborar com o inimigo do nosso povo e da África,dêem a sua contribuição válida ao triunfo da luta
O inimigo está convencido que a prisão ou a morte do principal dirigente significaria o fim do Partido e da nossa luta"
António Tomás recusando, como convém, o «politicamente correcto» - «por uma questão de rigor e de factualidade, vai-nos obrigar a lê-lo para depois o julgarmos, naturalmente.

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