A ESTRATÉGIA DO DESENVOLVIMENTO
Segundo Josué de Castro, os países subsdesenvolvidos não o são por razões naturais– pela força das coisas – mas por razões históricas.
A história do subdesenvolvimento integra a história do desenvolvimento do capitalismo mundial. A riqueza dos territórios ex-colonizados gerou sempre a sua pobreza, para alimentar a prosperidade dos outros
O segredo do desenvolvimento repousa, antes de mais, na transformação das estruturas caducas destas sociedades, fabricadas pelos invasores e que, na sua marginalidade, se apresentam sob a forma que o sociólogo norte-americano Lewis chamou “as culturas do pauperrismo”, nas quais quase não se encontram factores de animação e dinamização, mas ao contrário todo um poderoso sistema de forças de blocagem do desenvolvimento e de manutenção do seu statu quo; forças de blocagem de natureza económica e de natureza cultural.
Por outro lado, a sovrevivência das velhas relações sociais significa que, existem portadores dessas relações, e agentes da sua reprodução, no quadro dessas sociedades.
São estes últimos que constituem a burguesia nacional
Regressando a Josué de Castro: o fenómeno de desenvolvimento destas regiões apresenta-se como um complexo ao mesmo tempo económico e cultural mas, infelizmente, não se tem o hábito de aproximar estas duas palavras: economia e cultura.
Termino com Amilcar Cabral: “ Há assim libertação nacional quando, e apenas quando, as forças produtivas nacionais são totalmente libertas de qualquer espécie de domínio estrangeiro. A libertação das forças produtivas e, consequentemente, a faculdade de determinar livremente o modo de produção mais adequado à evolução do povo libertado, abre necessariamente perspectivas novas ao processo cultural da sociedade em questão, conferindo-lhe toda a sua capacidade de criar o progresso.
Esta afirmação deve ser analisada à luz duma vontade colectiva de alteração das velhas relações de produção, e da apropriação, por parte da classe trabalhadora, das suas próprias condições de existência. Se tal não acontecer, está aberto o caminho para situações do tipo neocolonial ou, no dizer de Cabral: “ se o não conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta
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