Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

domingo, 23 de dezembro de 2007

FUNCIONALIZAÇÃO DA JUSTIÇA


Que ninguém tenha dúvidas de que existe, dentro do Governo, um propósito muito sério de funcionalizar a Justiça, de politizar as decisões jurisdicionais e de acabar com a soberania dos tribunais. Como não têm coragem política para fazer uma revisão constitucional, acabando com o poder soberano dos juízes, recorrem a esta forma esconsa de agir, tentando minar a dignidade do edifício da Justiça.
A matreira lei das férias judiciais; a alteração do regime de assistência e Segurança Social; a avaliação do mérito para acesso aos tribunais superiores, com comissões cuja composição viola a separação de poderes; a lei para ingresso no Centro de Estudos Judiciários, com parecer selectivo da competência de um psicólogo indicado pelo ministro da Justiça, na admissão dos candidatos; o novo regime geral da responsabilidade civil extracontratual, que alarga o âmbito da responsabilidade dos juízes à negligência grosseira, são exemplos muito preocupantes deste ajuste de contas que o Governo quer fazer com a Justiça.

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