Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sábado, 29 de dezembro de 2007

NAZIM HIKMET


Nâzim Hikmet nasceu a 21 de Novembro de 1901 em Salónica, a principal cidade da região grega da Macedónia. Começou a escrever poesia muito cedo, influenciado pelo avô. Entrou para a Escola Naval em 1917, graduando-se dois anos depois. Pertenceu ao Partido Comunista da Turquia. De viagem à URSS, onde completou os seus estudos na Universidade de Moscovo, regressou à sua terra natal desgosotoso com o ambiente poético que então se vivia na ex-União Soviética. Perseguido pelos monarcas do seu país, condenado a 15 anos de prisão, acabou refugiando-se de novo na URSS. Escreveu poesia, teatro, memórias e ficção. Morreu de ataque cardíaco, a 3 de Junho de 1963, em Moscovo.


A viagem fazemo-la num qualquer modesto cargueiro
Existe ainda um porto onde não tivéssemos tocado?
Existe alguma espécie de tristeza que ainda não tivéssemos cantado?
O horizonte que a cada manhã tínhamos pela frente
Não era igual ao que à noite deixávamos para trás?
Quantas estrelas desfilaram à nossa frente
Roçando as águas
Não era cada aurora o reflexo
Da nossa grande nostalgia?
Mas é em frente que vamos, não é verdade?, é em frente que vamos
.

Nâzim Hikmet, "Poemas da Prisão e do Exílio"

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