LEONARDO BOFF E A RENÚNCIA DE FIDEL DE CASTRO
O que vou publicar aqui vai irritar ou escandalizar os que não gostam de Cuba ou de Fidel Castro. Não me importo com isso. Se não vês o brilho da estrela na noite escura, a culpa não é da estrela mas de ti mesmo.
Em 1985 o então Card. Joseph Ratzinger me submeteu, por causa do livro "Igreja: carisma e poder", a um "silêncio obsequioso". Acolhi a sentença, deixando de dar aulas, de escrever e de falar publicamente. Meses após fui surpreendido com um convite do Comandante Fidel Castro, pedindo-me passar 15 dias com ele na Ilha, durante o tempo de suas férias. Aceitei imediatamente pois via a oportunidade de retomar diálogos críticos que junto com Frei Betto havímos entabulado anteriormente e por várias vezes.
Demandei a Cuba. Apresentei-me ao Comandante. Ele imediatamente, à minha frente, telefonou para o Núncio Apostólico com o qual mantinha relações cordiais e disse:"Eminência, aqui está o Fray Boff; ele será meu hóspede por 15 dias; como sou disciplinado, não permitirei que fale com ninguém nem dê entrevistas, pois assim observerá o que o Vaticano quer dele: o silêncio obsequioso. Ei vou zelar por essa observância". Pois assim aconteceu....
...Eu havia escrito 4 grossos cadernos sobre nossos díálogos. Assaltaram meu carro no Rio e levaram tudo. O livro imaginado jamais poderá ser escrito. Mas guardo a memória de uma experiência iniqualável de um chefe de Estado preocupado com a dignidade e o futuro dos pobres.Pode continuar a ler aqui
Em 1985 o então Card. Joseph Ratzinger me submeteu, por causa do livro "Igreja: carisma e poder", a um "silêncio obsequioso". Acolhi a sentença, deixando de dar aulas, de escrever e de falar publicamente. Meses após fui surpreendido com um convite do Comandante Fidel Castro, pedindo-me passar 15 dias com ele na Ilha, durante o tempo de suas férias. Aceitei imediatamente pois via a oportunidade de retomar diálogos críticos que junto com Frei Betto havímos entabulado anteriormente e por várias vezes.
Demandei a Cuba. Apresentei-me ao Comandante. Ele imediatamente, à minha frente, telefonou para o Núncio Apostólico com o qual mantinha relações cordiais e disse:"Eminência, aqui está o Fray Boff; ele será meu hóspede por 15 dias; como sou disciplinado, não permitirei que fale com ninguém nem dê entrevistas, pois assim observerá o que o Vaticano quer dele: o silêncio obsequioso. Ei vou zelar por essa observância". Pois assim aconteceu....
...Eu havia escrito 4 grossos cadernos sobre nossos díálogos. Assaltaram meu carro no Rio e levaram tudo. O livro imaginado jamais poderá ser escrito. Mas guardo a memória de uma experiência iniqualável de um chefe de Estado preocupado com a dignidade e o futuro dos pobres.Pode continuar a ler aqui
Miguel Urbano Rodrigues diz:
Cuba, bloqueada, foi forçada a desviar-se do seu belo projecto revolucionário e a adoptar medidas que lhe contrariam o espírito e as metas. A necessidade de sobrevivência da Revolução impediu-a de construir o seu próprio modelo de socialismo. Mas a decisão de Resistir, e defender conquistas fundamentais, torna por si só a Ilha credora da gratidão e da solidariedade de todas as forças progressistas.
Eduardo Galeano, um dos escritores da América Latina mais respeitados não caminhou pela vida contemplando o seu umbigo
Cuba é um país com o qual eu tenho uma longa relação de amor. Cuba simboliza a dignidade. Mas isso não quer dizer que eu não tenha críticas e divergências ao sistema cubano. A minha relação com Cuba é muito verdadeira. E os amigos de verdade fazem críticas de frente.
Figuras como Rigoberta Menchú, Mario Benedetti, Oscar Niemeyer, Augusto Roa Bastos e Ernesto Cardenal, entre outras, se pronunciaram no momento mais ardente da campanha a favor de Cuba, e suas declarações foram vergonhosamente censuradas ou, no mínimo, mencionadas de modo muito parcial e pálido. Somente em periódicos como La Jornada e em alguns meios digitais alternativos como Rebelión houve lugar para opiniões discrepantes.
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