Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quinta-feira, 24 de abril de 2008

A SUBIDA DRAMÁTICA DO PREÇO DA ALIMENTAÇÃO


O preço da alimentação tem vindo a subir drasticamente em todo o mundo, devido aos aumentos brutais dos preços de produtos como o trigo, o arroz, o milho e a soja. Já houve verdadeiras rebeliões da fome em países como o Haiti, Camarões, Burkina Faso, Egipto. Mas o que está a provocar estes aumentos? No final da semana passada, o Banco Mundial e o FMI acusaram os agrocombustíveis de serem a principal causa. "Temos de nos preocupar com o facto de se tirar terra ou substituir terra arável devido aos agrocombustíveis", alertou o secretário-geral da ONU
Diz o Banco Mundial que o preço global dos alimentos aumentou 83% nos últimos 3 anos. O trigo, o leite e a manteiga triplicaram o seu preço desde 2000 e o frango, o arroz e o milho custam hoje o dobro. Este aumento é generalizado nos bens alimentares e é para durar, avisam os especialistas.
O recurso crescente a biocombustíveis supõe uma ameaça à produção mundial de alimentos e pode colocar em perigo a vida de milhões de pessoas em todo o globo. Esta advertência foi feita em Londres pelo professor John Beddington, principal assessor científico do governo britânico.
O Haiti importa a maior parte da comida que consome, como resultado de políticas de livre mercado que sufocaram a produção nacional. Há 30 anos, o país produzia quase todo o arroz que consumia. Mas, no final dos anos 80, o arroz barato importado inundou o país, depois de uma junta militar ter começado a liberalizar a economia, com apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI). Confira aqui
Recentemente, o Parlamento do Haiti destituiu o primeiro-ministro Jacques Edouard Alexis após uma semana de violentos protestos causados pela alta dos preços dos alimentos. A crise levou o presidente do Haiti a anunciar um plano de emergência que prevê uma redução de 15% do preço do arroz.

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