Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sábado, 26 de julho de 2008

DOHA É CONVERSA PARA BOI DORMIR


Não chegar a um acordo é melhor que um acordo ruim, diz Action Aid
A longo prazo, o acordo de Doha irá falhar ao resolver a crise mundial de alimentos porque a liberalização falha ao ajudar os países em desenvolvimento construir sua agricultura, avalia a organização que luta pela erradicação da pobreza no mundo. Em curto prazo, vai criar novos problemas como a perda de receita tarifária e aumento de desemprego. “O número de pessoas com fome subiu para 950 milhões esse ano e o acordo da OMC, da forma como está estabelecido, irá somente colocar mais lenha nessa fogueira”, diz Aftab Khan coordenador da Campanha Comércio com Justiça da ActionAid.
Duas décadas de liberalização de comércio minaram e ajudaram a desmantelar os sistemas de produção local de alimentos nos países pobres. Nos anos 60, os países pobres tinham um excedente agrícola de US$7 bilhões. Em 2001, tinham um deficit de US$11 bilhões
A actual proposta de Doha distorce o mercado a favor dos países desenvolvidos. De acordo com o rascunho do texto de Julho, o mais recente, a maioria dos países em desenvolvimento teriam que cortar em média 60% em tarifas de produtos do sector industrial enquanto que os países desenvolvidos teriam que reduzir suas tarifas em menos de 30% em média.
Estimativas falam que China, Brasil e Índia juntos perderiam mais de 100.000 empregos só na indústria automobilística. A UNCTAD prevê que os países pobres perderão 63 bilhões de dólares em receita governamental vindas de encargos de importação mais baixos sobre bens manufacturados por causa do acordo da OMC.
A longo prazo, o acordo de Doha irá falhar ao resolver a crise mundial de alimentos porque a liberalização falha ao ajudar aos países em desenvolvimento construir sua agricultura. Em curto prazo, vai criar novos problemas como a perda de receita tarifária e aumento de desemprego. Assim, defende a ActionAid, a afirmação do diretor-geral da OMC, Pascal Lamy de que a Rodada de Doha irá resolver a crise de alimentos é conversa para boi dormir. Confira aqui

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