Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

SEM MEMÓRIA

Rui Rangel, juiz desembargador, assina hoje no Correio da Manhã, uma crítica demolidora sobre o vazio ideológico que envolve Sócrates e o seu Governo.
Denuncia o silêncio cúmplice dos média face ao Poder e recorda a ajuda à Banca e à sua gestão criminosa e pergunta porque não se arranjam verbas para preservar lugares de memória
“O Governo prepara-se para encerrar o Tribunal Criminal da Boa-Hora, enclausurando a memória de 165 anos de Justiça feita neste convento, fundado em 1633”, escreve o desembargador
No seu lugar nascerá mais um hotel para albergar os protagonistas, do costume, do mundo da alta finança. Trai-se a memória colectiva para servir os interesses das oligarquias
“O Governo Sócrates não tem ideologia que o ampare e trave: a única ideologia é o capital, não o do Marx, mas o dos grandes interesses. Vivemos numa era de vazio ideológico. A Boa-Hora é o Tribunal mais emblemático da Justiça portuguesa.
Na sala da 6ª Vara Criminal até o silêncio fala, aí todos nós fomos julgados e nos sentimos magoados, porque foi aí que aconteceram julgamentos históricos: os tristemente célebres tribunais plenários, onde os presos políticos já estavam condenados antes de entrar na sala de audiências. Só nesta sala é possível fazer a história política do salazarismo”.
Por favor não desliguem o ‘coração’ deste Tribunal é o apelo final de Rui Rangel

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