Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A RIGIDEZ DA LEGISLAÇÃO LABORAL

Henrique Raposo será um colaborador do Expresso! São dele estas palavras:
“O código laboral português, um dos mais arcaicos do mundo, atirou a minha geração para a emigração. É verdade, meu caro leitor: os jovens portugueses estão a emigrar. Há uma nova diáspora portuguesa provocada por uma legislação laboral que apenas protege as gerações mais velhas. Este país não é para gente nova.
Os jovens estão a emigrar, porque a sua ascensão profissional está bloqueada em Portugal”

A primeira pergunta que lhe poderia fazer tem a ver com o país onde este senhor vive. Ele fará a mínima ideia das condições miseráveis em que vive uma boa parte da população activa em Portugal? Porque ousa assumir esta grosseira generalização?
Claramente, optou por abater uma parte da população trabalhadora. Malthus não faria melhor
A possibilidade de despedir sumariamente os trabalhadores mais velhos, os instalados, é a fórmula mágica defendida por este neomalthusiano.
Ele não fala de ideologias, de politicas, de sistemas, por ignorância? Por se decidir pelo patrocínio de uma guerra intergeracional? Para ser diferente, original e não andar a reboque de ideologias , de partidos e de sindicatos? Preferiu aliar-se aos críticos ferozes da legislação laboral, às confederações patronais?
Já foram experimentadas muitas fórmulas para dividir os trabalhadores. Este senhor, na procura de visibilidade, preferiu mergulhar na sua excentricidade, contemplar o umbigo e ostracizar os mais velhos!
O que está subjacente a esta atitude?
Num comentário a este texto publicado naquele Jornal, um leitor( Taralhouco) escreveu e eu subscrevo: “Tudo indica que se o jovem Raposo pudesse não se contentaria em expulsar os velhos e só ficaria satisfeito se eles fossem sistematicamente abatidos, mas não devemos esquecer que filho que mata o pai facilmente mata o filho. A futura geração que se cuide porque brevemente a actual geração dos jovens Henriques será uma geração de Raposos velhos, rancorosos, instalados e cheios de medo dos mais novos.

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