Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sábado, 1 de agosto de 2009

A VIOLÊNCIA NO UNIVERSO LINGUÍSTICO DO PODER


Fala-se constantemente da violência, e esquece-se de que há diferentes espécies de violência, com diferentes funções. Há uma violência de agressão e uma violência da defesa. Há uma violência das forças policiais ou armadas, ou dos grupos de extrema direita, e há uma violência na oposição a estas manifestações agressivas da violência.
Graças a uma espécie de linguística política, nunca se chama violência à acção policial, nunca se chama violência à acção das forças especiais no Iraque, na Palestina, na América Latina ou em África!
A delapidação do erário público, os crimes económicos, toda a sorte de segregação, a arrogância e o abuso do Poder, as desigualdades sociais, a fome, o desemprego e o consequente ostracismo social são também uma forma infame de violência!
Mas chama-se violência, com toda a facilidade, à acção dos populares, estudantes, operários e migrantes que reivindicam os seus legítimos direitos, se defendem da polícia e exigem o respeito pelos direitos humanos.
Tudo isto integra a linguística politica, utilizada como arma pelos Poderes instituidos!

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