A IDEOLOGIA E A REPRODUÇÃO DAS CONDIÇÕES DE DOMINAÇÃO
Não podemos descurar o papel específico da ideologia no processo de ajustamentos estruturais, pois a reprodução bem-sucedida das condições de dominação não pode ocorrer sem a intervenção activa de factores ideológicos poderosos, ao lado da manutenção da ordem vigente.
É claro que a ideologia dominante tem interesse patente na preservação do status quo, no qual mesmo as desigualdades mais clamorosas estão “estruturalmente” entrincheiradas e protegidas. Portanto, ela pode-se permitir ser “consensual”, “orgânica”, “participativa” e assim por diante, reivindicando, desse modo, também a racionalidade auto-evidente da “moderação”, “objectividade” e neutralidade ideológicas (dominantes).Deve-se enfatizar que o poder da ideologia dominante é indubitavelmente enorme, não só pelo esmagador poder material e por um equivalente arsenal político-cultural à disposição das classes dominantes, mas também porque esse poder ideológico só pode prevalecer graças à preponderância da mistificação por meio da qual os receptores potenciais podem ser induzidos a endossar “consensualmente”, valores e directrizes práticas que são, na realidade, totalmente adversos a seus interesses vitais.
A este respeito, a posição das ideologias conflituantes é decididamente assimétrica. As ideologias críticas, que procuram negar a ordem estabelecida, não podem sequer mistificar seus adversários pela simples razão de não terem nada a oferecer - nem mesmo subornos ou recompensas pela aceitação – àqueles já bem estabelecidos em suas posições de comando, conscientes de seus interesses imediato palpáveis. Portanto o poder de mistificação sobre o adversário é privilégio exclusivo da ideologia dominante (István Mészáros in Filosofia, Ideologia e Ciência Social)
É claro que a ideologia dominante tem interesse patente na preservação do status quo, no qual mesmo as desigualdades mais clamorosas estão “estruturalmente” entrincheiradas e protegidas. Portanto, ela pode-se permitir ser “consensual”, “orgânica”, “participativa” e assim por diante, reivindicando, desse modo, também a racionalidade auto-evidente da “moderação”, “objectividade” e neutralidade ideológicas (dominantes).Deve-se enfatizar que o poder da ideologia dominante é indubitavelmente enorme, não só pelo esmagador poder material e por um equivalente arsenal político-cultural à disposição das classes dominantes, mas também porque esse poder ideológico só pode prevalecer graças à preponderância da mistificação por meio da qual os receptores potenciais podem ser induzidos a endossar “consensualmente”, valores e directrizes práticas que são, na realidade, totalmente adversos a seus interesses vitais.
A este respeito, a posição das ideologias conflituantes é decididamente assimétrica. As ideologias críticas, que procuram negar a ordem estabelecida, não podem sequer mistificar seus adversários pela simples razão de não terem nada a oferecer - nem mesmo subornos ou recompensas pela aceitação – àqueles já bem estabelecidos em suas posições de comando, conscientes de seus interesses imediato palpáveis. Portanto o poder de mistificação sobre o adversário é privilégio exclusivo da ideologia dominante (István Mészáros in Filosofia, Ideologia e Ciência Social)
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