Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

SER OU NÃO DE ESQUERDA E A REPRODUÇÃO DA IDEOLOGIA DOMINANTE

O alarido em torno da “lateralidade” ideológica do PS surge como uma reivindicação dum espaço que não é, efectivamente, o seu. Não é a autoproclamação que converte o PS num partido de esquerda. A sua prática politica e governativa situam-se claramente à direita. Recorde-se o Código de Trabalho, a privatização de sectores estratégicos da economia e a crescente apropriação da Saúde, pelo sector privado.
O epíteto extrema-esquerda, muito ao gosto do PS, é mais um expediente, uma fuga para a frente, de quem experimenta uma dificuldade crescente em legitimar uma área ideológica que não é sua.
Partido da esquerda moderna e/ou democrática são eufemismos, são álibis e recursos linguísticos habilmente manipulados para justificarem a sua adesão a projectos e politicas neoliberais e penalizadoras da grande maioria dos cidadãos.
Finalmente, um ex-partido de inspiração marxista, que remeteu para a gaveta da história os princípios e valores caracterizadores dos ideais da esquerda, não pode ( não devia), por razões éticas e politicas, apresentar-se ao eleitorado, e ao País, como uma força social antisistémica.
Finalizo, recordando Mészáros: “a posição das ideologias conflituantes é decididamente assimétrica. As ideologias críticas, que procuram negar a ordem estabelecida, não podem sequer mistificar seus adversários pela simples razão de não terem nada a oferecer - nem mesmo subornos ou recompensas pela aceitação – àqueles já bem estabelecidos em suas posições de comando, conscientes de seus interesses imediato palpáveis. Portanto o poder de mistificação sobre o adversário é privilégio exclusivo da ideologia dominante”

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