Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

domingo, 27 de setembro de 2009

TRÊS PRESIDENTES TRÊS PERFIS


Tese: vencedor, comandante, vindo da luta armada, alma de socialista, Samora Machel tem a difícil tarefa de dirigir politica e militarmente o nascimento da nação. A sua farda é o símbolo dessa tarefa, num país hostilizado pelos regímens da Rodésia do Sul e da África do Sul e com uma rebelião interna iniciada formalmente em 1976. A era da revolução, da febricidade, do monopólio político.
Antítese: segue-se-lhe Joaquim Chissano. Primeiro-ministro no governo de transição, ministro dos Negócios Estrangeiros depois e por longos anos, nada militar, Chisssano é o homem do casaco e da balalaica, o gestor de equilíbrios, o produtor da democracia liberal. Monitora os acordos de paz com a Renamo, prepara terreno para o capitalismo nacional. A era da acalmia, da gestão das diferenças e do multipartidarismo.
Síntese: segue-se-lhe Armando Guebuza, ministro da Administração Interna no governo de transição, do Interior na era samoriana e secretário-geral da Frelimo desde 2002. Singrou como empresário. Homem do casaco e, vez que vez, da balalaica. Herdou de Samora o voluntarismo político e de Chissano o espírito da democracia liberal, síntese de ambos. Era da refebricidade, de eventual re-monopólio da gestão política e do poder frelimo-empresarial.Retirado do
Diário-de-um-sociólogo

Sem comentários: