Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

QUEM TEM DIREITO À SOBERANIA NUCLEAR?

O presidente brasileiro colocou o dedo na ferida ao questionar a legitimidade dos países que detêm o monopólio da bomba para se apresentarem como críticos do governo de Teerão.
Quem possui autoridade para determinar quais os países que podem , ou não, ingressar no clube atómico ? Por exemplo, por que o Irão deve ser pressionado a abrir mão de seus projectos e Israel merece tolerância? A que lógica obedece essa discriminação? Não há qualquer sensatez, é evidente, em se apostar na disseminação do poderio nuclear como caminho para a paz. Mas a renúncia unilateral ou forçada à soberania atómica, nos termos actuais, significaria aceitar como imutável a geopolítica da supremacia.
A Casa Branca pode, nos últimos vinte anos, comandar guerras de dominação ou ocupação que possivelmente seriam inviáveis no passado. Apenas para lembrarmos os factos mais notórios: os processos de pacificação da Jugoslávia, do Iraque e do Afeganistão, teriam ocorrido na era da bipolaridade?
O desequilíbrio bélico a favor de Israel, apesar desse país até hoje ter se recusado a assinar o tratado de não-proliferação, é pedra angular na política norte-americana.
A fragilidade defensiva e ofensiva de palestinos e países árabes, além do Irã, garante ao sionismo não apenas a segurança das fronteiras israelitas como também a execução de uma política expansionista praticamente ilimitada. O desequilíbrio militar, afinal, é uma premissa para a hegemonia imperialista.
O acordo desejável, em matéria nuclear, deve ser baseado na igualdade de todas as nações perante a lei internacional. O oposto é o reino da hipocrisia. (síntese dum artigo de
Breno Altman)


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