Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sábado, 29 de janeiro de 2011

REVOLUÇÕES SOCIAIS E A INTERNET

REDES SOCIAIS

O movimento popular na Tunísia que culminou na queda do ditador Ben Ali no dia 14 de Janeiro, depois de 23 anos no poder, se propagou pelo Facebook e ganhou força graças à presença massiva dos jovens na rede…Este movimento repercutiu-se no Egipto. As autoridades logo perceberam o perigo que representava a Internet, e suspenderam o Twitter e Facebook. Com advento das redes sociais, as revoluções do século 21 ganham uma nova dimensão. Confira na RFI aqui

Curiosamente, numa entrevista publicada neste blog em Novembro de 2007, Carlos Serra, autor do diário de um sociólogo, antecipa esta “dimensão”!

Excerto da entrevista:

A profundidade e a lucidez da reflexão, como síntese criadora do trabalho do sociólogo aliada à inteligência e empenhamento social e politico do cidadão, convertem o Blog Diário de um Sociólogo não apenas numa espécie de sociologia de intervenção rápida, como diz o seu autor.O carácter pedagógico das suas intervenções converte este blog num lugar de eleição para os habitantes da blogosfera que, como o autor, habitam a complexidade indissociável da construção de uma sociedade dilacerada por velhos e novos sistemas e que continua a perseguir o modelo de desenvolvimento politico-económico, social e cultural adequado à realidade moçambicana.

3. Quais as motivações que o conduziram à criação de um blog?

Descobri (tardiamente) que poderia transformar o blogue num veículo de crítica social instantânea, numa espécie de sociologia de intervenção rápida, em algo que poderia tentar partilhar com muitas pessoas de forma imediata, quase táctil. Por hipótese, as futuras revoluções sociais começarão nos blogues, não nas fábricas, nas praças ou nos campos.

7. O que é para si, um bom blog?

A resposta não pode ser unívoca e deve tomar em conta múltiplos aspectos.

Mas um bom blogue para mim é aquele que reúne duas condições: crítica social e seriedade cerebralizadora. Estamos num mundo onde a produção especializada de descerebralização, de despolitização, é cada vez mais possante. O Grande Capital é cada vez mais rigoroso nesse campo. Tenho sempre presente uma ideia-enzima de Pierre Bourdieu: quanto mais conscientes estivermos dos determinismos sociais mais livres podemos ser. E o blogue é um belo utensílio de luta. Foi primeiro um brinquedo para jovens de 13/16 anos, hoje pode ser uma arma política extremamente eficaz. No preciso momento em que o dotaram do húmus da recreação, nós podemos reinventá-lo e dar-lhe o selo de uma enxada cavando no território de uma futura humanidade mais solidária.

NOTA. a referida entrevista pode ser lida aqui

IMAGEM DAQUI

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