Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

domingo, 8 de maio de 2011

TERRITÓRIO DE FROUXOS


país de marinheiros
homens-sem-terra,
ricos e pobres,
explorados e exploradores,
prostitutas e proxenetas,
progressistas e conservadores,
verticais e subservientes,
corruptos e íntegros,
heróis e cobardes,
eleitores e candidatos,
manipulados e manipuláveis,
FMI, agiotagem e canalhas,
muitos canalhas,
num território
onde a ignorância, o arrivismo,
a cobardia
rimam com arrogância

é assim, no país
faz-de-conta
simulacro de soberania
cheirinho de liberdade
condicionada
vendilhões indecorosos
obscurantismo analgésico
soporífico e entorpecedor
território de frouxos
acomodados na placidez
consumista
mimeticamente instalados
predadores de promessas
trituradores de sonhos
branqueadores de consciências

é o espantalho da crise
é a submissão
é arbitrariedade
menos arbítrio
mais corte
menos corte
mais mistificações
controle totalizante
amnésia colectiva
costumes brandos
enjoo crescente
a nossa resposta
estruturalmente antagónica
reagimos
quem nos impede?

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