DIREITO DE RESISTÊNCIA
Todos têm o direito de
resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e
de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à
autoridade pública.
(Direito de
Resistência art.º 21º da Constituição Portuguesa)
A aparente convicção
com que Passos Coelho defende a austeridade e o consequentemente empobrecimento
do país, é uma manifestação de fé típica de quem aspira a obedecer servil e
alegremente aos ditames da oligarquia financeira. A avidez do Poder, neste caso
o Poder de servir o omnisciente e omnipresente deus-mercado, isto é, os
especuladores financeiros, é o primeiro passo para a indignidade e para a
desfaçatez. Os
sacerdotes do neoliberalismo repetem, até à exaustão, a inevitabilidade e a
ausência de alternativa ao modelo neoliberal.
O(s)
mercado(s), é a sede virtual do capitalismo e dos agiotas sem fronteiras. Os
sacrifícios ritualísticos de vidas humanas para agradar aos deuses, praticados
na Antiguidade foram, entretanto, recuperados por esta tralha de políticos
comprometidos até às virilhas, com os credores que exigem o corte de pensões e
de salários daqueles que auferem salários mais baixos. A desigualdade social e económica
atingiu níveis obscenos.
Afinal,
refere Wolfgang Streeck: “ os cidadãos também podem entrar em pânico e reagir
de forma irracional, tal como os investidores financeiros, desde que não se
sintam obrigados a ser mais racionais, do que aqueles e ainda que não se possam
servir de notas de dinheiro como argumentos, mas apenas de palavras e, talvez,
de pedras da calçada.
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