Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

DIREITO DE RESISTÊNCIA



Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública.
(Direito de Resistência art.º 21º da Constituição Portuguesa)

A aparente convicção com que Passos Coelho defende a austeridade e o consequentemente empobrecimento do país, é uma manifestação de fé típica de quem aspira a obedecer servil e alegremente aos ditames da oligarquia financeira. A avidez do Poder, neste caso o Poder de servir o omnisciente e omnipresente deus-mercado, isto é, os especuladores financeiros, é o primeiro passo para a indignidade e para a desfaçatez. Os sacerdotes do neoliberalismo repetem, até à exaustão, a inevitabilidade e a ausência de alternativa ao modelo neoliberal.
O(s) mercado(s), é a sede virtual do capitalismo e dos agiotas sem fronteiras. Os sacrifícios ritualísticos de vidas humanas para agradar aos deuses, praticados na Antiguidade foram, entretanto, recuperados por esta tralha de políticos comprometidos até às virilhas, com os credores que exigem o corte de pensões e de salários daqueles que auferem salários mais baixos. A desigualdade social e económica atingiu níveis obscenos.

Afinal, refere Wolfgang Streeck: “ os cidadãos também podem entrar em pânico e reagir de forma irracional, tal como os investidores financeiros, desde que não se sintam obrigados a ser mais racionais, do que aqueles e ainda que não se possam servir de notas de dinheiro como argumentos, mas apenas de palavras e, talvez, de pedras da calçada.

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