IDEOLOGIA DO CONSENSO (16)
A QUESTÃO DO PODER
Abandonar a questão do poder é jogar fora o bébé com a água do banho.
Acreditar que a sociedade possa ser transformada sem destruição, ainda que
progressista, do sistema do poder que há, é crença da mais completa
ingenuidade. Porque os poderes que há, longe de serem “desconstituídos” pela
mudança social, são sempre capazes de capturar o novo, submetê-lo, integrá-lo
como reforço – não como enfraquecimento – do poder do capital. (Samir
Amin)
É recorrente ouvir-se
que “os políticos são todos iguais”. Quem o afirma? A direita, obviamente. Uma das estratégias da cultura política
da direita é simplesmente diabolizar quem pensa diferente, converter os seus eleitores tradicionais em caixas de ressonância
desta estratégia perversa.
Uma fatia importante
do eleitorado de direita refugia-se na bondade das más práticas dos seus
eleitos e tende a generalizar e a imputar a outros as políticas desastrosas e
anti-populares conduzidas pelos seus patrões.
Perante
o austerecídio, os eleitores de direita, na ausência de uma cultura
democrática, mantêm-se fieis às formas, aos processos e às práticas da
ideologia partidária. Desta forma, tem-se conseguido adormecer e fidelizar uma grande
fatia do eleitorado que receia a mudança. Este obscurantismo político, “nós ou
o caos”, é um slogan instalado na mente dos sectores mais obscurantistas da
sociedade portuguesa.
CONTINUA
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