Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

IDEOLOGIA DO CONSENSO (16)



A QUESTÃO DO PODER


Abandonar a questão do poder é jogar fora o bébé com a água do banho. Acreditar que a sociedade possa ser transformada sem destruição, ainda que progressista, do sistema do poder que há, é crença da mais completa ingenuidade. Porque os poderes que há, longe de serem “desconstituídos” pela mudança social, são sempre capazes de capturar o novo, submetê-lo, integrá-lo como reforço – não como enfraquecimento – do poder do capital. (Samir Amin)



É recorrente ouvir-se que “os políticos são todos iguais”. Quem o afirma? A direita, obviamente. Uma das estratégias da cultura política da direita é simplesmente diabolizar quem pensa diferente, converter os seus eleitores tradicionais em caixas de ressonância desta estratégia perversa.

Uma fatia importante do eleitorado de direita refugia-se na bondade das más práticas dos seus eleitos e tende a generalizar e a imputar a outros as políticas desastrosas e anti-populares conduzidas pelos seus patrões.

Perante o austerecídio, os eleitores de direita, na ausência de uma cultura democrática, mantêm-se fieis às formas, aos processos e às práticas da ideologia partidária. Desta forma, tem-se conseguido adormecer e fidelizar uma grande fatia do eleitorado que receia a mudança. Este obscurantismo político, “nós ou o caos”, é um slogan instalado na mente dos sectores mais obscurantistas da sociedade portuguesa.
CONTINUA

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