NORIEGA PODERÁ SER EXTRADITADO PARA FRANÇA
Manuel Noriega está preso em Miami por tráfico de drogas
Um juiz federal dos Estados Unidos negou o pedido para impedir que o ex-líder do Panamá, Manuel Noriega, seja extraditado para a França, país onde foi condenado à revelia a 10 anos de prisão por lavagem de dinheiro.
Desde 1992, Noriega, de 72 anos, está preso em Miami, onde cumpre sentença por tráfico de drogas.
O ex-líder militar foi preso na invasão americana ao Panamá, em 1989, e se tornou prisioneiro de guerra nos Estados Unidos.
O juiz William Hoeveler rejeitou os argumentos da defesa de que, como prisioneiro de guerra, Noriega deveria ser deportado para seu país de origem quando for libertado.
Noriega deverá deixar a prisão em Miami no dia 9 de setembro, antes do prazo final de sua sentença, por bom comportamento.
Segundo os advogados de Noriega, o benefício da deportação para seu país de origem está previsto na Convenção de Genebra.
Em sua decisão, de 12 páginas, o juiz disse que o status de Noriega, como prisioneiro de guerra, não deve "protegê-lo de futuros processos por crimes sérios dos quais ele é acusado" e determinou que o processo de extradição pode seguir seu curso.
Decepção
O advogado de Noriega, Frank Rubino, disse que seu cliente ficou "muito decepcionado" com a decisão.
"Ele (Noriega) esperava que o juiz fizesse a coisa certa e o mandasse de volta ao Panamá, seu país, e ele está completamente decepcionado", disse Rubino.
Na terça-feira, Noriega deverá comparecer perante o juiz William Turnoff, que analisa o processo de extradição para a França.
Desde que ficou decidida a libertação de Noriega da prisão na Flórida, há um intenso debate para decidir o próximo destino do ex-líder panamenho.
O condenação da Justiça francesa é de 1999. Ele foi condenado por abrir contas em bancos e comprar imóveis luxuosos em Paris com dinheiro proveniente do tráfico de drogas.
O presidente do Panamá, Martin Torrijos, já declarou que gostaria que Noriega voltasse ao país, onde também enfrenta vários processos por corrupção e pelo assassinato de um adversário político em 1985.
De aliado a inimigo
Noriega já foi um dos principais aliados de Washington na América Latina e tinha laços estreitos com os então presidentes americanos Ronald Reagan e George Bush (pai do atual presidente, George W. Bush).
O líder militar panamenho era visto pelo governo americano como um aliado na luta contra o comunismo e o tráfico de drogas na região.
No entanto, em 1988, um tribunal na Flórida acusou Noriega de ajudar traficantes de drogas colombianos a enviar toneladas de cocaína para os Estados Unidos.
A Casa Branca, então, acrescentou àquela acusação outras duas, de fraude eleitoral e violação dos direitos humanos.
Os Estados Unidos acabaram invadindo o Panamá em 1989, em um conflito que matou, segundo algumas estimativas, cerca de 4 mil civis panamenhos.
Breve: A postura dos americanos já vem de longe. Invade-se um país, prende-se o seu presidente e garante-se-lhe hospedagem nos USA.Esta atitude é um desrespeito completo pelo direito internacional independentemente de Noriega ser ou não (parece que é) um pulha
Que amigos que eles eram! A história repete-se. Depois de Noriega, uns anos mais tarde surge na arena outro velho amigo:
Bin Laden.Mais comentários para quê?
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