Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

A LIBERDADE DE MORRER À FOME - II


Gostaria de habitar um mundo não aprisionado numa armadura de dogmas de qualquer natureza,um mundo sem profetas e solidário.
Gostaria que neste cantinho do planeta flagelado por décadas de autoritarismo, de incultura e de repressão, se reciclassem, com urgência, os resíduos ideológicos abandonados no quintal da história e que ameaçam propagar-se e poluir a atmosfera social.
Amalgamados com outros resquícios resultam numa ambiguidade pretensamente independente mas que não passa de uma clonagem de figuras sinistras do passado.
Com uma linguagem “arejada”, assumem ares de gente erudita, autosuficiente, sempre disponível a desafiar cidadãos com provas dadas nos mais diversos domínios do saber. São bandos de analfabetos que optaram por ocupar indevidamente um espaço que nunca foi seu.
Mergulhados até às virilhas no consumismo dos telemóveis de última geração, na roupa de marca, nas bombas de alta cilindrada que destroem vidas diariamente, são superficiais, frívolos e tentam simular um elevado grau de iliteracia. Agem e pensam como robots manipulados e manipuláveis
São, de facto, o paradigma acabado de pseudo intelectuais que tentam a todo o custo disfarçar a sua ignorância recorrendo ao insulto e à calúnia em oposição ao debate sereno e sério.
Assim, gostaria que se derrubassem os muros da intolerância, da verborreia e do xicoespertismo preconceituoso e reaccionário
Gostaria de ver e participar na construção de uma sociedade mais justa capaz de lutar incessantemente por nivelar, por cima, a sociedade
Gostaria que não se mutilasse o conceito de democracia As componentes sociais, económicas e culturais são indissociáveis da cómoda e redutora interpretação que se circunscreve às liberdades politicas

1 comentário:

Anónimo disse...

A desilusao maior é que nem para morrer a fome existe liberdade!
Lutar contra tudo e todos!? Como fazer essa luta se ja estamos todos engolidos pelo "sistema"!