Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

PORTUGUESES DESCONFIADOS E CARENCIADOS DE CIVISMO


Os portugueses são o povo mais desconfiado da Europa Ocidental e ocupam a 25ª posição entre 26 países num estudo da OCDE destinado a medir a amplitude da desconfiança e falta de civismo dos diferentes povos recenseados. Os estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e da "World Values Survey", citados no novo livro "A Sociedade da Desconfiança, por dois economistas franceses do Centro para a Pesquisa Económica e suas Aplicações (CEPREMAP), demonstram que esta "ausência de confiança generalizada nos outros e nas instituições é mensurável e afecta a economia e a sociedade em geral" em todos os países avaliados.
Numa comparação entre pessoas com o mesmo nível escolar, sexo, situação familiar, religião e orientação política, face aos noruegueses que ocupam o primeiro lugar relativo aos que mais confiam, os portugueses só ficam à frente da França, Hungria, Turquia e Grécia.

2 comentários:

anA disse...

Depois de ler o artigo da Lusa na totalidade, fiquei incomodada
Se a desconfiança, a falta de cumprimento das regras, a corrupção, o amiguismo é generalizado, como se sentirão os que confiam, cumprem , são honestos e justos?
Parece-me que aqueles, estão, de certo modo protegidos, e facilmente vão mantendo condutas que prejudicam o desenvolvimento e equilíbrio da economia, do país, dos valores sociais, da família, etc. O Estado não terá alguma responsabilidade? Sinto que sim.
anA

AGRY disse...

Penso que, em todas as circunstâncias, as generalizações pecam por excesso.Por outras palavras, numa lógica de exclusão não existe apenas o preto e o branco, o sim ou o não. Existe a abstenção, o talvez e, já agora, o assim, assim.
A responsabilidade não deve morrer celibatária e a esta regra o próprio Estado não consegue furtar-se. Concordo consigo, Ana
O artigo será eventualmente chocante mas, o mergulho na areia pode cegar-nos ou provocar outras mazelas.
Compreendo as suas inquietações mas… são as suas e daquelas outras pessoas coerentes, que pensam o social, que são solidárias e por aí…
Depois, bem depois há os outros. Sobre estes ter-se-à debruçado o estudo
Obrigado pelo comentário
Agry