Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

EM MEMÓRIA DE CARLOS CARDOSO


Então
com a raiva intacta resgatada à dor
danço no coração um xigubo guerreiro
e clandestinamente soletro a utopia invicta
À noite quando me deito em Maputo
não preciso de rezar
já sou herói...
(Trecho do poema "Cidade 1985", de Carlos Cardoso escrito em 1985)


Em Carlos Cardoso, o talento e o saber, eram fecundados pela ética, pelo humanismo e pelo espírito de missão.
O combate sem tréguas à corrupção e ao crime organizados, desorientou os defensores da perpetuação do enriquecimento, sem regras. Elegeram Cardoso como o inimigo público, a abater.
Assassinaram-no cobardemente. O seu pensamento, o seu exemplo, jamais os facínoras conseguirão destruir.
Continua presente na memória de muitos e alguns (amanhã mais) trilham,com as mesmas armas e nos mesmos caminhos, o combate iniciado por Carlos Cardoso.
É a melhor homenagem que se pode prestar à memória de um combatente pela liberdade.
Os assassinos de Carlos Cardoso, verdadeiras clonagens produzidas na ideologia do gangsterismo politico e económico, retiraram, cobardemente, a vida a um cidadão que assumiu a voz dos que a não tinham.
Mia Couto disse, então : “Não foi apenas Carlos Cardoso que morreu.Não mataram somente um jornalista moçambicano. Foi assassinado um homem bom, que amava a sua família e o seu país e que lutava pelos outros, os mais simples. Mas mais do que uma pessoa: morreu um pedaço do país, uma parte de todos nós

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