EM MEMÓRIA DE CARLOS CARDOSO
Então
com a raiva intacta resgatada à dor
danço no coração um xigubo guerreiro
e clandestinamente soletro a utopia invicta
À noite quando me deito em Maputo
não preciso de rezar
já sou herói...
(Trecho do poema "Cidade 1985", de Carlos Cardoso escrito em 1985)
O combate sem tréguas à corrupção e ao crime organizados, desorientou os defensores da perpetuação do enriquecimento, sem regras. Elegeram Cardoso como o inimigo público, a abater.
Os assassinos de Carlos Cardoso, verdadeiras clonagens produzidas na ideologia do gangsterismo politico e económico, retiraram, cobardemente, a vida a um cidadão que assumiu a voz dos que a não tinham.
Mia Couto disse, então : “Não foi apenas Carlos Cardoso que morreu.Não mataram somente um jornalista moçambicano. Foi assassinado um homem bom, que amava a sua família e o seu país e que lutava pelos outros, os mais simples. Mas mais do que uma pessoa: morreu um pedaço do país, uma parte de todos nós
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