Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A ENGORDA DOS BANCOS (2)


Nos Bancos, o marketing funciona melhor que numa feira popular.Oferecem-se telemóveis , viagens, cartões de débito e de crédito, produtos financeiros atraentes e todo um conjunto de bens de 1ª geração. Enfim, um mundo de facilidades, susceptível de seduzir os mais prevenidos.
No entanto, a realidade é bem diversa.
Os cidadãos comuns se querem adquirir uma habitação, criar um negócio ou fazer qualquer outra operação que o obrigue a contactar os Bancos, esbarra com uma muralha de indiferença e arrogância como se vivêssemos em plena idade média.
Os dirigentes, aos mais diversos níveis, assumem ares de samurai.Olham por cima do ombro. O seu diálogo com o cliente confunde-se com um concurso televisivo. Pergunta e resposta e um eventual prémio pelo meio. Depois, tecem a teia das exigências. Garantias reais, avalistas, bens penhoráveis. Nunca explicam tudo, optam por torturar, sem pressas, o cliente anónimo e incauto que os procurou
Depois da tortura das caminhadas e telefonemas infindáveis, o Banco “faz-se de difícil” numa verdadeira operação de charme, de sedução!
Depois, se há incumprimento, mesmo que justificado, os clientes são perseguidos até ficarem de tanga.
Muitos dos trabalhadores bancários presta-se a este tipo de manobras. Assumem os tiques dos chefes, e esquecem-se que não recebem as horas extrordinárias a que têm direito, não têm horário e a precaridade laboral é também uma realidade para muitos destes trabalhadores
Enfim, os Bancos são o paradigma acabado de instituições parasitárias e tentaculares, a um só tempo.
Nada produzem, vivem da especulação e de benefícios fiscais escandalosos. São, de facto, um estado dentro dum estado.
E os lucros? Eis um excerto localizado no www.net.esquerda:
Os cinco maiores bancos a operar em Portugal, obtiveram lucros de 2.204,8 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, mais 13% que em igual período de 2006.Ou seja, lucraram cerca de 8 milhões de euros por dia, em grande parte devido ao aumento das comissões cobradas aos clientes. O Banco Espirito Santo foi o que mais cresceu, com um aumento de cerca de 60% nos lucros.
A soma dos lucros da CGD, do BCP, do BES, do Santander Totta e do BPI, nos três primeiros trimestres deste ano, superou os 2 milhões e 200 mil euros
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3 comentários:

anA disse...

E os que menos ganham ainda pagam para lá ter e ser depositado o ordenado que não deverá gastar todo.(saldos médios mensais - manutenção de conta)
Quem paga os ordenados tem benefícios proporcionais aos valores depositados, e quem lucra, é sempre e só, quem tem muito dinheiro. Não faltará muito para voltar a guardar o dinheiro no colchão ou numa panela enterrada no quintal.
anA

AGRY disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
AGRY disse...

Se possível, aproveitamos a panela e fazemos uma espécie de caldo de pedra pobre, isto é, sem carnes,para que da dieta dos Bancos resulte algum benefício para os que habitam o rés-do-chão da escala social
Abraço