Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

ENGORDA DOS BANCOS - 3



O tom reverencial com que os media portugueses falam dos ricos revela quem neles manda. O episódio da oferta de compra do BCP pelo BPI ganha neles um espaço e uma dimensão inusitada, como se se tratasse de algo transcendental para os destinos da nação. Mas o que importa aos trabalhadores, aos desempregados, aos pensionistas, ou ao combalido tecido produtivo nacional essas guerrilhas entre banqueiros? A única vantagem que daí se pode extrair é que quando brigam estas comadres ficam a saber-se (algumas) verdades.
A banca privatizada é um cancro que corroi o país. Ela é a principal responsável pelo aumento da dívida externa bruta de Portugal (€ 307,67 mil milhões) e pelo endividamento interno com a sua indução do crédito ao consumo — em detrimento do crédito para investimento produtivo. Ela não serve o país, ela serve-se dele. Graças às benesses fiscais que lhe são dadas pelo governo ao seu serviço, a banca engorda num país depauperado.
A re-nacionalização da banca cedo ou tarde terá de voltar à ordem do dia.

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