Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O LEGADO DE AMILCAR CABRAL - 1


A propósito da postagem “Antropólogo lança biografia de Amilcar Cabral”, decidi divulgar o pensamento de Amilcar Cabral numa tentativa de prevenir eventuais e previsíveis adulterações, mais ou menos grosseiras, da vida e obra dum dirigente africano dum talento incontornável
Faço-o, também, porque possuo o maior respeito não só pelo seu pensamento e pela sua acção, como pela sua memória.
Estudioso dos clássicos do marxismo, leu também Frantz Fanon, Mao Tsé-Tung e Giap, entre outros, conversou longamente com Guevara e Fidel, esteve na Argélia, na China, na União Soviética, no Vietname, visitou dezenas de países africanos (viveu na Guiné-Conackry de Sékou Touré, conheceu o Gana de Nkrumah), foi recebido em países socialistas e países ocidentais, participou em congressos e reuniões na União Soviética, na Suécia ou nos Estados Unidos, trabalhou de perto com camaradas angolanos, moçambicanos e santomenses em luta e, conhecedor profundo da realidade da Guiné e de Cabo Verde, fecundou a sua prática com a teoria, ao mesmo tempo que elaborava teses originais baseadas na realidade concreta da luta que dirigiu e na experiência adquirida de dirigente político, de líder guerrilheiro, de hábil diplomata
Avançado em relação ao seu tempo, Cabral sintetizou no lema “Unidade e Luta” toda a estratégia da luta – unidade entre os povos da Guiné (“há 10 anos nós éramos fulas, manjacos, mandingas, balantas, pepéis e outros... Somos agora uma nação de guineenses”, afirmará, em 1972, meses antes de morrer), unidade dos caboverdeanos, unidade entre a Guiné e Cabo Verde, unidade dos nacionalistas das colónias portuguesas, unidade dos povos africanos, unidade das forças anti-imperialistas, tudo isso para melhor lutar contra o inimigo comum, o colonialismo, a dominação imperialista e contra as próprias fraquezas. “Unidade e luta significa que para lutar é preciso unidade, mas para ter unidade também é preciso lutar. E isso significa que, mesmo entre nós, lutamos” , precisava.
(as nossas fontes têm como base Unidade e Luta/A Arma da Teoria e http://resistir.info/portugal/mundo_de_hoje.html )

2 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Não conheço a fundo o pensamento de Amilcar Cabral; mas foi um grande líder da libertação.
Abraço

AGRY disse...

A sua dimensão era transversal a todos os continentes
Abraço