Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

terça-feira, 20 de novembro de 2007

RAUL SOLNADO: A PRESENÇA DA GRANDEZA


Em Portugal as pessoas são tomadas como peças perecíveis, desmerecidas e descartáveis. Atingem uma certa idade e, ao invés do respeito, da consideração, e, em muitas circunstâncias, admiração, são sujeitas a vexames e humilhações inacreditáveis. Conheço vários casos.
O último ocorreu entre a direcção de programas da RTP e o grande comediante Raul Solnado. O caso deu origem a duas entrevistas com o actor, uma em 19 de Agosto, p.p., na revista do «Diário de Notícias», outra na última página do mesmo matutino, no dia 2 de Setembro último.
A amnésia histórica, como propósito ideológico de remover qualquer parcela do passado que tenha direito à projecção no presente e no futuro, foi criada exactamente para dar a ideia que antes de nós, nada existiu de relevante. Em todos os sectores da sociedade portuguesa a avalanche de oportunismo varreu padrões, arrasou princípios, aniquilou regras. Mas também é verdade que ao tornar pública a afronta a Raul Solnado, o «Diário de Notícias» originou o protesto indignado de dezenas de leitores.

2 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Adorei o seu conceito de amnésia histórica, embora não esteja a par do caso Solnado; só por aqui.
Essa é uma enfermidade nacional. Qualquer dia sou capaz de retomar a sua expressão.
Abraço

AGRY disse...

Uso com alguma frequência essa expressão. Não é certamente por influência deste belo texto de Baptista Bastos. Um jornalista de grande envergadura.Um recriador da escrita.Brilhante, como sempre
Abraço
Agry