Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

domingo, 9 de dezembro de 2007

CIMEIRA UE-ÁFRICA E A TEATRALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS


Foram mais que muitas as peripécias na cimeira da UE-ÁFRICA, realizada este fim de semana em Lisboa.
As críticas a Mugabe e sua devolução aos destinatários por os considerar, os porta-vozes, o bando dos quatro, de Gordon Brown.
Confira aqui
A União Europeia admite prolongar para 2008 a negociação dos novos acordos de parceria económica (APE) com África, face à oposição que continua a ser mantida por países como o Senegal, Nigéria e África do Sul. Não será cumprido o prazo definido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) para a negociação dos APE, que deveriam estar concluídos até 31 de Dezembro.
Os APE são acordos temporários que se destinam a substituir o actual Regime de Comércio Preferencial, mas que a OMC considera contrário às regras internacionais de comércio.
Uma das novidades desta segunda cimeira União Europeia-África foi a abertura à sociedade civil
Leia aqui
Em representação da sociedade civil africana, Taoufik Ben Abdallah afirmando que a dita mudança de discurso da Europa em relação a África “não é genuína, é uma treta”. “Não é a visão da Europa que está a mudar, é a realidade que está a mudar”, vincou.
O outro objectivo da Europa, acrescentou, prende-se com “impor uma agenda no comércio”, através dos APE.
Continue aqui

À MARGEM DA CIMEIRA
Com este circo, a Europa finge-se preocupada com os direitos humanos no continente africano, mas nem uma palavra sobre o genocídio do Darfur. Nem tem vergonha de se sentar à mesma mesa com outros ditadores, desde que, estes não belisquem os interesses neocoloniais da Europa.
Aliás, a birra do senhor Brown e o "empenho" do senhor Sócrates relativamente ao convite (ou não) ao senhor Mugabe só têm um nome: o confronto entre o imperialismo luso em deliquescência e o imperialismo britânico no quadro da chamada "realpolitik"! Não será caso para se perguntar, qual afinal é o critério empregue pelos tais defensores da democracia, da liberdade, dos direitos humanos e do progresso económico em África quando, pelos vistos, dormem descansados com a presença dos piores ditadores africanos em Lisboa?
Omar Bongo do Gabão, há um mais de um quarto de século no poder; Blaise Compaoré do Burkina Fasso, fomentador e financiador das maiores atrocidades cometidas em África Khadafi, no poder desde 1969 e outrora inimigo número um do Ocidente; o sanguinário predador das liberdades, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, no poder desde 1979 na Guiné-Equatorial; Omar El Bachir do Sudão, há décadas no poder e patrocinador do actual genocídio do Darfur; José Eduardo dos Santos que transformou as receitas das matérias-primas angolanas em bens e riqueza pessoal e familiar, no poder desde 1979 em Angola; Hosni Mubarak, o déspota egípcio desde 1981 no poder no Cairo e que prepara a sua sucessão para o filho Gamal etc, etc.
excertos de "Mugabe não poderá ser a árvore que esconde a floresta" de Mamadou Ba (dirigente do SOS Racismo e Licenciado em Língua e Literatura Portuguesas pela Universidade de Dacar (Senegal) Confira aqui

Fórum Mundial pela Soberania Alimentar realizado no Mali (África).Confira aqui

Externalização das fronteiras: um mecanismo que visa esconder as responsabilidades.Leia aqui

"Há enormes quantidades de dinheiro e de recursos naturais que são pilhados pelas multinacionais e pelos nossos próprios dirigentes", denunciou Brice Mackosso da República Democrática do Congo, na cimeira alternativa África Europa, que decorre em Lisboa. Confira

Sem comentários: