Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sábado, 29 de dezembro de 2007

SOBRE UMA TEORIA CRITICA DA SOCIEDADE



Herbert Marcuse, filósofo de grande reputação internacional, intelectual de impressionante rigor metodológico e de penetração analítica. O inspirador do Maio de 68, em França.
Conheceu Husserl e Heidegger. Em 1933 com a chegada ao poder do nazismo, foge da Alemanha. Trabalhou com Adorno e Horkeimer, um dos principais fundadores da Escola de Frankfourt. Em 1934 chega aos EUA onde passa a residir.
Foi mestre duma americana de prestígio e mediatizada: refiro-me a Ângela Davies ( filósofa, militante dos Panteras Negras e do Partido Comunista Americano)
Ideias Críticas Sobre uma Teoria Crítica da Sociedade e o Homem Unidimensional são duas das obras que incendiaram a geração dos anos de 60
A teoria critica da sociedade tem sido o núcleo central do pensamento filosófico-politico de Marcuse: a evolução do seu pensamento passou a ser colocada em posição de equivalência com as suas vocações libertárias e com as suas convicções marcadamente ideológicas. Na sua carreira de pensador e analista social, a sua crítica traz uma fundamentação filosófica primordial, que se liga invariavelmente à prática politica .
"Marcuse, por estas características de singularidade técnica e profissional, veicula um pensamento eminentemente polémico: não explica apenas, a realidade social que lhe toma a atenção, mas penetra-a e julga-a em função de categorias e de premissas sociais vigentes. As categorias fundamentais de teoria e de prática são incansavelmente mostradas, tanto nos escritos iniciais como nos últimos escritos de Marcuse, como funções simultâneas na apreensão objectiva do real: a prática não se situa tão-somente no final da teoria, mas apresenta-se com imediata necessidade também no seu começo. Esta frase, com que Marcuse definiu a filosofia social de Marx, ajusta-se perfeitamente à sua própria posição filosófica."( Zahar Editores-Brasil)

2 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Teoria crítica foi a expressão forjada por Horkheimer para designar o marxismo, no seu célebre ensaio de 1937. Marcuse faz parte da Escola de Frankfurt: apenas era mais optimista do que Adorno e Horkheimer.
Marx defendeu o colonialismo inglês e detestava o islão. É pensamento ocidental e, como tal, herdeiro dos gregos. Já percebi que deve ser "comunista", mas não sei o que opõe à economia de mercado, dado o modelo soviético ter sido um erro e um fracasso. Releia a Dialéctica da Natureza de Engels ou a Situação da Classe Trabalhadora em Inglaterra ou a secção do Capital dedicada à redução da jornada de trabalho. Marx não era "comunista". Aliás, este termo não é marxista. Mas acho bem a releitura de Marx, como sabe.
Fiquei a saber que era "incolor". :))

AGRY disse...

Reler os clásssicos é sempre interessante.
Nesta altura estou mais predisposto,
na medida do tempo que se vai forjando,a ler outras coisas.
Na Índia pré-colonialista, as terras eram repartidas pelas comunidades das aldeias.Bem, isto fica para mais tarde.
De quando em vez, precisamos de descer à terra e ler BD :))