Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

CARVALHO DA SILVA E AS DIMENSÕES POLITICAS E SOCIAIS DO TRABALHO


No Livro Branco das Relações Laborais constata-se que o diagnóstico é interessante, pois revela uma enorme objectividade quanto ao estado do mercado do trabalho. Contudo, as medidas depois propostas vão num sentido oposto. Sustentam a matriz de baixos salários e baixas qualificações em que o país se encontra, secundarizando o produtivo e mantendo a precariedade. O documento tem uma estruturação muito ardilosa e não vai ser fácil desmontar as suas propostas. Mas há consequências fáceis de identificar, como a facilitação do despedimento e desvalorização da contratação colectiva, estabelecendo-se patamares de compromisso que pouco ou nada importam para a vida das pessoas. São propostos mecanismos que levam a que a negociação salarial dependa cada vez mais da iniciativa do patrão. O argumentário economicista sobrepõe- se às dimensões sociais e políticas do contrato de trabalho, colocando mais poder nas mãos do patrão. Ora, a negociação colectiva é ainda a forma de harmonização dos direitos sociais.»
Uma das características das posturas neoliberais no exercício da governação é isto: compartimenta, compartimenta e depois coloca uns contra os outros. Isto é um problema muito complexo. Por exemplo, a nível da precariedade do trabalho, é preciso um combate que entenda que a precariedade no trabalho não é uma questão específica do trabalho. Insere-se numa das características da sociedade actual, a insegurança. A precariedade é a expressão dessa insegurança transportada para a organização do mercado de trabalho.» Confira aqui

Sem comentários: