Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

domingo, 17 de fevereiro de 2008

O JORNALISMO É A HONESTIDADE QUE SE PROCURA


Repito o que, há décadas, tenho escrito e dito: nenhum jornal é independente, imparcial e objectivo. Como pode haver rigor quando aquela trindade é inexistente?
A ambiguidade contida no adjectivo "independente" é alimentada por pequenos truques, onde a paginação dos textos desempenha a mais desprezível das cumplicidades. A selecção de redactores e de colaboradores constitui outra peça do mesmo edifício ideológico. Todos os jornais representam algo mais do que exteriormente dizem ser. Nenhum deles assume o compromisso de clarificar a linha editorial que defende, necessariamente dominante sobre a linha noticiosa.
Os grandes diários europeus não ocultam o que são: do "Times" ao "Guardian", do "Monde" ao "Fígaro", do "La Reppublica" ao "Corriere della Sera", do "El Pais" ao "El Mundo" - tudo é muito claro. Não se trata, somente, do maniqueísmo de serem uns de Direita e outros de Esquerda, nada disso. Em causa está a questão da ideologia, tomando este conceito como sistema de ideias, como princípio fundamental da justificação de valores e de padrões. Como probidade e virtude.
O jornalismo é a honestidade que se procura, a honra que nunca deve ser perdida, a moral activa e a filosofia de uma razão que só encontra sentido e destino na inteligência do leitor.Leia aqui

1 comentário:

Ivone Soares disse...

Ilustre! Interessante ponto este que nos traz. A tríade que nos coloca é muitas vezes ignorada. A capa de jornalismo independente deixa muito a desejar quando sentimos que muitos escudam-se nessa, mas seus interesses "inconfessáveis" acabam saíndo ao descoberto com as "notícias" com nos brindam mostrando parcialidade, dependência e subjectividade. Não se precisa fazer um esforço grande para notar...basta apreciar como um mesmo assunto é abordado pelos vários ditos "INDEPENDENTES, IMPARCIAIS, OBJECTIVOS". Estou ainda reflectindo sobre este assunto.