RECORDANDO DOM HELDER DA CÂMARA, O BISPO DOS POBRES
Integralista na juventude, progressista na idade adulta, dom Helder sempre surpreendeu a quem quis enquadrá-lo em jargões. Sob a ditadura militar, dialogou com os generais que o censuravam na mídia e socorreu os perseguidos e os presos políticos na defesa intransigente dos direitos humanos.
Certa noite familiares aflitos procuraram dom Helder. Um homem tinha sido preso e estava sendo espancado na delegacia. O prelado ligou para o delegado: "Aqui é dom Helder. Está preso aí o meu irmão". O policial levou um susto: "Seu irmão, eminência?" Dom Helder explicou: "Apesar da diferença de nomes, somos filhos do mesmo pai". O delegado desmanchou-se em desculpas e mandou soltar o preso irmão do arcebispo. Filhos do mesmo pai...
Durante o Concílio Vaticano II (1962-1965), o "bispo dos pobres" promoveu uma articulação entre cardeais e bispos de todo o mundo em favor da inserção da Igreja nos setores populares. Propôs ao papa João 23 entregar o Vaticano e suas obras de arte aos cuidados da UNESCO, como patrimônio cultural da humanidade, enquanto o papa passaria a morar, na qualidade de bispo de Roma, numa paróquia da capital italiana. Ele sonhava com uma Igreja menos imperial e mais parecida com a comunidade dos pescadores da Galiléia.
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