O INICIO DA SEGUNDA ETAPA DA CRISE GLOBAL
O economista argentino, Jorge Benstein,autor, entre outros livros, de "Capitalismo senil, a grande crise da economia global".
escreveu recentemente:
"A recessão já se instalou no centro do Império; agora, o debate gira em torno da sua profundidade, duração e alcance mundial. A corte de admiradores de direita ou progressistas do capitalismo global, que ao longo dos últimos anos nos encheu com suas teimosias sobre a solidez do sistema, hoje está em pleno recuo táctico; seus defensores já não negam a crise, mas tentam diminuir seu carácter dramático e reduzir suas raízes e extensão. Alguns deles ensaiam explicações anedóticas, outros dizem tratar-se de uma "crise cíclica" que é o mesmo que dizer passageira— e a maior parte deles refugia-se na explicação simplista que reduz o fenómeno a uma grande perturbação financeira combinada com um surto pessimista dos consumidores norte-americanos, provocado pelos devedores inadimplementos dos Estados Unidos (aqueles que não pagam seus créditos imobiliários) e por aqueles que deram a eles empréstimos generosos demais.
Uma vez que a crise está circunscrita ao estouro da "bolha imobiliária" norte-americana e aos seus impactos colaterais nos Estados Unidos e no resto do mundo, a "solução" parece clara: estimular os consumidores e investidores, aumentar o gasto público e injectar liquidez no mercado.
O que eles estão fazendo agora é uma espécie de repetição, em condições infinitamente mais graves, do que já fizeram em 2001. Eles não têm nenhum roteiro diferente. Só que naquela época a dívida pública norte-americana chegava a 5,7 triliões de dólares e agora está muito próxima de 9,2 triliões e se somarmos a isso o resto do endividamento dos sectores públicos e privados chegaremos aos 50 triliões de dólares (equivalente ao Produto Bruto Mundial). E ainda é preciso acrescentar a acumulação de deficit fiscais e comerciais e um volume de gastos militares totais que em 2009 poderia chegar a representar 10% do PIB norte-americano.
Agora que a recessão chegou ao centro da economia mundial, suas autoridades entram em pânico, percebem que suas ações são ineficazes ou, inclusive, contraproducentes. As medidas anti-recessão, como os cortes fiscais que estão em curso, as drásticas quedas nas taxas de juro ou o aumento do gasto público, certamente trarão mais déficit e dívidas e, caso cheguem a ter algum sucesso, mesmo que seja medíocre, trarão um aumento da inflação.
Em síntese, as autoridades norte-americanas sabem que se tentarem reverter a recessão reanimando o mercado estarão dando fôlego à inflação e à queda do dólar, o que, cedo ou tarde, trará mais recessão; mas também sabem que se tentarem conter a inflação esfriando a economia, a recessão vai se aprofundar: um beco sem saída.
Mas acontece que — para desgraça dos neoliberais os neoliberais tinham razão: as interdependências económicas mundiais são tão densas que, como estamos comprovando todos os dias, não há maneira de "descolar" as sacudidas norte-americanas (bancárias, da bolsa, etc.) do funcionamento financeiro internacional. A "bolha imobiliária" norte-americana foi a vanguarda de uma variada série de outras bolhas parecidas em diversos lugares do planeta, países como Espanha, Inglaterra, Holanda, Austrália, Irlanda e Nova Zelândia fizeram parte activa desta festa. Na Espanha, a bolha já começou a murchar". Confira aqui
IMAGEM TIRADA DAQUI
1 comentário:
tem emails meus. cumprimentos
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