Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

terça-feira, 25 de março de 2008

O SUPER IMPERIALISMO BUSHISTA E O IMPERIALISMO NORMAL


"O Anti-Bush definitivo será inevitavelmente um clone de Bill Clinton, que prometerá a rápida (mas não imediata) retirada do Iraque e a revogação parcial dos egrégios donativos fiscais de Bush para os super-ricos. Além disso, as 'fritas da liberdade' poderão voltar a ser francesas, e os aliados poderão ser consultados ocasionalmente a respeito dos alvos a serem bombardeados. O que se afigura até Novembro, então, é a desestimulante opção entre o 'super imperialismo' bushista e o 'imperialismo normal' do status quo democrata."
A análise, feita em 2004 pelo urbanista, historiador e activista politico, Mike Davis, bem poderia ser aplicada ao actual processo eleitoral norte-americano. Embora o "factor Obama" tenha acrescentado algum suspense à disputa, no essencial é isso mesmo. Tanto Obama quanto Hillary preconizam a volta aos bons tempos de Bill, quando os Estados Unidos podiam bombardear instalações farmacêuticas de países miseráveis como o Sudão, em Agosto de 1998, mas mantendo o cândido sorriso de um colegial em paz com a própria consciência.
Se a análise feita por Davis se mantém tão actual e exacta quatro anos depois, não é simplesmente porque a medíocre mesmice tomou conta do jogo partidário norte-americano. É, sobretudo, porque Davis tem uma compreensão profunda da história, da política e da cultura de seu país, como pode ser facilmente notado logo no início da leitura dos 47 artigos e ensaios escritos por ele, entre 2001 e 2007, agora reunidos neste livro.
Racismo, desemprego, movimentos da juventude pobre, decadência cultural de uma sociedade corrompida, instituições públicas destruídas pelo neoliberalismo - o texto ácido e muito bem articulado de Davis revela um EUA monstruoso (razão pelo qual, aliás, seus adversários costumam qualificá-lo como "apocalíptico").Confira aqui

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