Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sábado, 8 de março de 2008

A PROPÓSITO DOS LINCHAMENTOS


Revisitando Bertrand Russell, deparei com algo que me recordou acontecimentos recentes em Moçambique: refiro-me aos linchamentos!
Eis o que o filósofo inglês escreveu há muitas décadas:
“A análise psicológica da ideia de justiça parece mostrar-me que tem as suas raízes em paixões indesejáveis, e que não deviam ser fortalecidas pelo imprimatur da razão. A justiça e a falta de justiça devem ser consideradas conjuntamente: é impossível salientar-se uma delas sem salientar a outra. Mas, o que é falta de justiça na prática? É na prática, uma conduta que não agrada ao rebanho. Intitulando-a falta de justiça e elaborando um sistema de moral complicado em torno de tal conceito, o rebanho justifica-se aos seus próprios olhos ao infligir castigo ao objecto do seu próprio desagrado, ao mesmo tempo que, visto o rebanho ser justo por definição, isso exalta também o seu amor próprio, no preciso momento em que liberta o seu impulso para a crueldade. Eis aí a psicologia do linchamento e de outros processos de punição dos criminosos.
A essência do conceito de justiça, por conseguinte, é proporcionar uma saída para o sadismo, apresentando a crueldade sob o manto de justiça.

Leia texto sobre o mesmo assunto aqui

IMAGEM TIRADA DAQUI

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