Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

terça-feira, 8 de abril de 2008

A AMNÉSIA HISTÓRICA


A amnésia história é uma estratégia ideológica dos poderes que, apenas, se reclamam do presente – e o impõem como normativa. Pouco ou nada se sabe daqueles que, nos períodos mais negros da nossa História, desenharam a fisionomia moral e intelectual do País. É um rol onde figuram nomes admiráveis de uma cultura que nenhum tirano conseguiu aniquilar por completo: cientistas, prosadores, poetas, cineastas, dramaturgos, jornalistas, pintores, actores, médicos, investigadores de múltiplos ramos.
Apenas por terem, no final da II Grande Guerra, assinado petições e protestos, manifestos da Oposição democrática ou, simplesmente, manifestado incompatibilidade com a política de Salazar, centenas de intelectuais foram demitidos dos seus cargos, presos, perseguidos. É um inominável crime de lesa-pátria. A Resistência cultural portuguesa foi, no dizer do grande jornalista republicano Carlos Ferrão, “uma demonstração de grandeza moral incomparável na Europa dos fascismos”. Mas o apagamento dessa virtude maior tem sido sistemático. A pedagogia da História não interessa a quem não está interessado na questionação das origens do seu próprio poder.
Milan Kundera disse-o [”O Livro do Riso e do Esquecimento”], acaso melhor do que qualquer outro: “A luta do homem contra o poder é a luta da memória contra o esquecimento.”. Confira aqui

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