Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

domingo, 13 de abril de 2008

A LUTA DO POVO CONTRA O PODER


É a foto de uma mulher solitária de pé entre dois veículos blindados, os famosos 'hippos', quando eles avançavam dentro do Soweto. Seus braços estão levantados. Os punhos fechados. Seu corpo magro está tanto a chamar como a desafiar o inimigo. Foi em Maio de 1985 e o levantamento contra o apartheid havia começado.
"A luta do povo contra o poder", escreveu Milan Kundera, "é a luta da memória contra o esquecimento". Momentos tais como o acto de bravura da mulher podem ser inesquecíveis pois eles simbolizam todos os grandes movimentos de resistência à opressão.

Na África do Sul, a Freedom Charter, Nelson Mandela no Processo Rivonia, o heroísmo de Steve Biko, a mulher que de algum modo conseguiu manter seus filhos vivos sobre encostas geladas em lugares como Dimbaza de onde haviam sido removidos e declarados supérfluos, e além disso os judeus que se levantaram contra os nazis no Gueto de Varsóvia e os palestinos que ainda outro dia deitaram abaixo as muralhas da sua prisão em Gaza.

Mas há aqueles que preferem celebrar um sistema de esquecimento organizado: de liberdade sem peias para uns poucos e obediência para muitos; de socialismo para os ricos e capitalismo para os pobres. Eles preferem que o poder incontestável das pessoas comuns seja remetido para o que George Orwell denominou o buraco da memória. Confira aqui

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