Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

terça-feira, 1 de abril de 2008

VOLODIA, GIGANTE DA LITERATURA E REVOLUCIONÁRIO EXEMPLAR


Em dezenas de países, jornais, televisões e rádios dedicaram atenção especial à morte de Volodia Teitelboim, tal como revistas web na Internet. Tinha 91 anos o grande chileno desaparecido, mas durante quase toda a sua larga existência foi ignorado pelos media que saúdam agora nele um gigante da Literatura contemporânea.
As homenagens chegaram atrasadas.
No seu próprio país Volodia foi, até final da ditadura, quase ignorado como escritor pela grande imprensa. Tinha mais de 80 anos quando lhe atribuíram o Prémio Nacional de Literatura. O motivo do silêncio da burguesia sobre a sua obra é conhecido: o autor de Hijo del Salitre, dizia haver tido ao longo da vida dois amores pouco compatíveis : uma mulher legitima, a Política, e uma amante, a Literatura. Nunca rompeu com a segunda, não obstante ter sido secretário-geral e, depois, Presidente do Partido Comunista do Chile. Uma estranha bigamia, quase sem precedentes na História.
O prolongado silêncio sobre a sua obra não pode apagar a evidência. Volodia Teitelboim foi um dos mais importantes escritores latino-americanos do Século XX.
No exílio desenvolveu no combate ao fascismo pinochetiano uma actividade prodigiosa, num vaivém permanente que, a partir de Moscovo, o fez correr pelo mundo, do Vietnam ás capitais europeias, da África à Índia. Escreveu centenas de artigos em jornais de dezenas de países. Em Madrid fundou e dirigiu (de longe) a Auracaria, uma revista de cultura mobilizada para o debate de ideias, aberta a intelectuais revolucionários de muitas nacionalidades, sobretudo latino¬ americanos.
O seu funeral foi comovedor, segundo a própria imprensa de direita chilena. Na morte, até os adversários políticos lhe reconheceram a grandeza que lhe ignoraram enquanto viveu. Quando a urna de Volodia desceu à terra, até a presidente social-democrata, Michele Bachelet, cantou a Internacional, chorando.Confira aqui

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