Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A ESQUERDA COR-DE-ROSA E O OPORTUNISMO POLITICO


A amnésia e o rigor histórico são faces da mesma moeda e que muitos teimam em praticar a primeira e ignorar, teimosamente, a segunda!
Para colher dividendos políticos, a esquerda cor-de-rosa, a pretexto de tudo, e de nada, critica, à posteriori, o que outros fizeram no momento oportuno.
Recordo o artigo intitulado “Checoslováquia, capitalismo e socialismo” escrito por Paul Swweezy e a troca de pontos de vista com Charles Bettelheim, mais tarde reunidos em volume e editados com a designação “A Transicção Para o Socialismo”
optei por revisitar um texto bem mais recente de Miguel Urbano Rodrigues:


“Julgo oportuno recordar uma confissão indesmentível de Alexandre Dubcek, feita ao semanário soviético "Novedades de Moscu" em pleno período da perestroika. Dubcek, numa entrevista que foi então amplamente divulgada em muitos países, declarou que nunca havia sido marxista.
Acontece que esse dirigente era secretário geral do Partido Comunista da Checoslováquia durante os acontecimentos do ano 68 quando, como governante, anunciava que a Primavera de Praga iria conduzir o pais a um socialismo humanizado, de rosto humano. Apenas pergunto: por que mentiu Dubcek ao seu povo?
Como podia defender "o sagrado direito à autodeterminação dos povos" alguém que, não sendo marxista, proclamava diariamente a sua fidelidade ao socialismo como secretário-geral de um Partido comunista?
Dubcek, afinal, comportou-se no governo como um farsante, tal como Gorbatchev, que tendo subido ao poder proclamando a necessidade de um regresso às origens do lenininismo, viria, anos depois, a confessar em Grenoble, na França, que há muitos anos tinha consciência da superioridade do capitalismo sobre o socialismo”.
Perante isto, suponho que, por uma questão de honestidade intelectual, não se deve fazer aproveitamento politico e vitimizar quem nunca foi marxista.
Se foi um erro a invasão soviética da Checoslováquia, os argumentos, a esgrimir, terão de ser outros.

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