Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

domingo, 1 de junho de 2008

AMÉLIA, UMA MOÇAMBICANA VÍTIMA DA XENOFOBIA


Amélia, mãe solteira de uma menina de 3 meses e uma das muitas moçambicanas alojadas num campo da esquadra de Cleveland há duas semanas e meia, não se impressionou minimamente com o grupo de políticos - e o "batalhão" de guarda-costas que abriam caminho a Zuma, e comitiva, quando da visita-surpresa a este campo de desalojados.
“O presidente Mbeki não apareceu desde que as nossas vidas foram destruídas, e Zuma aparece agora, com três semanas de atraso, para fingir que se preocupa com os imigrantes”

Muitas das vítimas abrigadas em tendas sem o mínimo de condições de higiene, sentem-se vítimas de um abandono total por parte das autoridades, excepção feita aos serviços de polícia, que desde o início da crise mobilizaram todos os seus recursos para proteger os estrangeiros.
A mais rica economia da África a sul do Sara anunciou sexta-feira que tinha oferecido às vítimas do terramoto da China um cheque de 1,5 milhões de randes (equivalente a 125 mil euros), enquanto os africanos que sobreviveram aos ataques xenófobos dentro das suas fronteiras vegetam em frágeis tendas sem privacidade nem dignidade, nem as mínimas condições sanitárias.
"Alguém já disse ao governo que a caridade começa em nossa casa?", perguntava, com uma expressão indignada, um dos somalis do campo de Cleveland quando Jacob Zuma se dirigia apressado para o portão de saída.Confira aqui
Entretanto,o relator especial da ONU sobre Formas Contemporâneas de Racismo e Discriminação Racial, Doudou Diène, afirma que está chocado com a violência xenófoba contra minorias étnicas que causou pelo menos 56 mortos e milhares de deslocados na África do Sul. Leia aqui

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