Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

segunda-feira, 9 de junho de 2008

EM CONVERSA COM A AUTORA DO BLOG SANPADJUD



Em Novembro do ano passado publiquei umas entrevistas dirigidas a blogers situados no mundo que fala português e comprometidos na divulgação da história da cultura e das aspirações dos respectivos povos.
Ocorreu-me agora regressar ao tema mas, desta feita, solicitar entrevistas a blogers, no feminino, e que integram a minha lista de elos.
Sanpadjud é uma das facetas da minha personalidade ou melhor é uma das minhas múltiplas personalidades, diz-nos Marisa ,a nossa entrevistada de hoje. Blogando em Cabo Verde,sobre as ilhas e sobre o mundo, é a primeira pista que descobrimos ao visitar este Blog.
Mulher, mãe, com mais de metade da expectativa de vida vivida, jurista de paixão, com interesses diversos e diversificados e um gosto enorme pelas pessoas e muitas vezes com um olho na panela e o outro nas leis segundo as suas próprias palavras.
Vamos à entrevista?

1 - Como interpreta a disseminação e o crescente interesse pelo fenómeno blog?
Se olharmos o que os blogs permitem às pessoas é absolutamente normal este interesse crescente; blogar é uma ferramenta poderosa de comunicação, que não conhece fronteiras; é um espaço em que as inibições sociais, profissionais ou pessoais podem desaparecer. Acho mesmo que é uma ferramenta que marca a nossa época. Costumo utilizar o termo "blogolândia" exactamente para simbolizar esse espaço de comunicação e diversão que a Net proporciona. Um achado para a "Condição Humana".

2 -A presença do sexo forte (leia-se, das mulheres) também, aqui, tem sabido afirmar-se e conquistar o seu espaço?
Parece-me que há uma presença feminina forte e com qualidade. Importante é que a blogosfera tem possibilitado a mulheres de muitos países, em que a liberdade não é um dado adquirido, um espaço de livre expressão. O blog torna-se então uma arma para despertar consciências e promover debate.

3. -Quando navega na blogsfera fá-lo a vista, ou prefere rumar para um destino já conhecido?
Depende do humor ou do que procuro. Se procuro algo concreto em termos de informação (ou riso ou opinião) tenho rumos definidos e mesmo alguns portos seguros; quando tenho tempo navego à vista ou ao sabor do vento, sem traçar caminhos o que leva a descobertas surpreendentes. Tenho nos favoritos vários blogs deliciosos que descobri por puro acaso e que revisito sempre que posso.

4. -Quais as motivações que a conduziram à criação de um blog?
Surgiu naturalmente, como consequência lógica da relação que tenho com o pc e com a Net. Sou do tempo dos pc`s com diskettes grandes, do tempo das salas do Net-meeting - sou uma fóssil, lol. A Net a informação instantãnea tornou-se um vício.
Serve o interesse de comunicar por um lado, por outro é uma maneira de descomprimir ao ao final do dia. É também um modo de não me tornar autista, de não ceder à tentação que por vezes temos de nos fechar num pequeno mundo de trabalho, casa, trabalho, filhos, trabalho, marido, trabalho, e, manter vivos os interesses. Podes concluir que é um preventivo para a loucura...

5. -Qual a sua opinião sobre a blogosfera?
Hum... positiva, há blogues que são um verdadeiro prazer. Com mensagens, informação e conteúdo que vale a pena. Blogs que exploram temas ou transmitem ideias interessantíssimas e nos dão uma perspectiva nova, fresca e diferente. Outros uma masturbação pseudo-intelectual dos seus donos, mas enfim um blog é isso mesmo um espaço pessoal em que só entra quem quer...

6-Os blogs poderão substituir a imprensa online?
Não, apesar de alguns blogueiros se considerarem jornalistas e (esta é uma das curiosidades que encontro neste fenómeno da blogolândia) alguns considerarem como verdade qualquer coisa postada num blog. Um blog é antes de mais um canal em que se expressa opinião; a imprensa tem um papel de informar com objectividade e rigor (não quer dizer que o façam mas é esse o princípio… não é?).
Acho engraçado aqueles blogs que publicam boatos como se fossem notícia, sem qualquer preocupação em confirmar essa informação, o que é impensável na imprensa.
Não há regra sem excepção: existem blogs vocacionados para uma informação rigorosa e objectiva...

7 -Em que medida os blogs intervêm na sua vida pessoal e profissional?
Na vida profissional nada. Na vida pessoal sou do género que posta quando pode, navega quando pode... dependendo do humor e da vontade e no tempo que diariamente reservo obrigatoriamente para mim.

8 - O que é para si, um bom blog?
Um bom blog? Sei lá... não tenho um critério único ou sequer um critério definido. Agradam-me blogs que me desafiam a pensar. Gosto dos blogs que conseguem tratar assuntos sérios com um pouco de humor. Gosto de blogs que me fazem rir.

9-A sua participação na blogosfera tem sido gratificante?
Sem dúvida. O Sanpadjud é um blog sem pretensões e diria mesmo um pouco egoísta no sentido que não está vocacionado para o outro por isso surpreende-me sempre o número de pessoas que por cá passam, os sítios de onde vêm e agrada-me imenso quando comentam. Fico encantada quando dum post surgem oportunidades de conversar.

10 Livremente , responda, por favor àquela pergunta que eu deveria ter feito.
A pergunta que não foi feita? Essa fica sem resposta porque o silêncio também comunica

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