Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sábado, 21 de junho de 2008

ISRAEL REVIVE O AUGE DO APARTHEID


O crescimento do sentimento racista, anti-árabe, que vem dominando a sociedade israelita, é uma provocação à paz, é um desafio permanente à comunidade internacional. Num inquérito recente realizado, apuraram-se coisas curiosas:
• 75% dos cidadãos judeus israelitas recusam-se a viver num prédio , com vizinhos árabes;
• 61% desses mesmos judeus nunca convidariam um árabe a visitar as suas casas;
• 69% dos estudantes de ensino fundamental em Israel acha que os árabes “não são inteligentes” e
• 55% dos judeus do país defendem a separação, nas áreas de lazer, entre árabes e judeus.
Defende-se abertamente, nas ruas, a expulsão de árabes de terras israelitas (que na verdade eram palestinas antes da decisão da ONU). Apesar da existência de leis (poucas) que condenam o racismo, esta sociedade ignora-as, pura e simplesmente
Israel é o único país do mundo onde os bilhetes de identidade, dos seus cidadãos possuem um campo onde todos devem declarar as suas religiões. Pessoas que professam o cristianismo e o islamismo acabam sendo “naturalmente” discriminadas. A Organização Internacional do Trabalho – OIT tem diversos estudos que mostram que trabalhadores palestinos ,e árabes em geral,ganham menos de metade do que ganham trabalhadores judeus

Crianças, desde a mais tenra idade são educadas a odiar árabes e palestinos, pelos seus pais e , depois, nas escolas. Mas há, inevitavelmente, uma fundamentação jurídica para isso, vejam-se dois ou três exemplos:
Lei do Retorno – É de 1950 e concede cidadania automaticamente a todos os judeus de qualquer país do mundo que se dispuser a mudar para Israel.
Lei sobre Casamentos – É de 1953, que institui a proibição de casamentos entre árabes e judeus.
Lei de Emergência
– Uma das piores e mais drásticas leis que assegura ao Estado de Israel o “direito” de demolir casas de palestinos sob a mais simples suspeitas, expulsando moradores de determinadas regiões. As casas são demolidas com os tractores poderosos de fabricação americana , Caterpillar.
Até quando a humanidade vai aceitar essa barbaridade praticada contra palestinos e árabes em geral? Até quando fecharemos nossos olhos a essas injustiças? Até quando a comunidade internacional vai ficar de olhos fechados para isso? E o Conselho de Segurança das Nações Unidas, não vai condenar isso?
Israel hoje revive o auge do Apartheid na África do Sul, que era unanimemente condenado. Quem não se lembra de grande empresas transnacionais encerrarem suas fábricas na Cidade do Cabo e em tantas outras localidades sob o discurso de condenação do racismo? Porque não se toma hoje uma atitude semelhante contra Israel? Confira aqui

2 comentários:

Jonathan McCharty disse...

"The tragedy of the people of Palestine is that their country was "given" by a foreign power to another people for the creation of a new state. The result was that many hundreds of thousands of innocent people were made permanently homeless. With every new conflict their numbers increased. How much longer is the world willing to endure this spectacle of wanton cruelty? It is abundantly clear that the refugees have every right to the homeland from which they were driven, and the denial of this right is at the heart of the continuing conflict. No people anywhere in the world would accept being expelled en masse from their own country; how can anyone require the people of Palestine to accept a punishment which nobody else would tolerate? A permanent just settlement of the refugees in their homeland is an essential ingredient of any genuine settlement in the Middle East. We are frequently told that we must sympathise with Israel because of the suffering of the Jews in Europe at the hands of the Nazis. […] What Israel is doing today cannot be condoned, and to invoke the horrors of the past to justify those of the present is gross hypocrisy."

Bertrand Russell,31/01/1970 (2 dias antes da sua morte)

AGRY disse...

De menino e moço, “ diverti-me” imenso com Bertrand Russell. De tal forma que hoje, decorridos uns anitos, eu ainda cito de memória parágrafos inteiros de B.R.
Umas das obras que mais me marcou, porque reduzia a pó velhos tabus e preconceitos que ainda hoje, no século XXI integra a ideologia duma certa direita moribunda, foi um conjunto de textos reunidos por Paul Edwards e que permitiram a Bertrand Russell reafirmar as suas convicções.
“Por mim, penso que é preferível fazer algum bem do que muitos males. O mundo que eu desejaria contemplar seria um mundo liberto da brutalidade dos grupos hostis, e capaz de compreender que a felicidade de todos resultará mais da cooperação do que dos conflitos