Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quarta-feira, 9 de julho de 2008

AS BATATAS NÃO NASCEM NA MERCEARIA


Ao resgatar Ingrid Betancourt , numa historia muito mal contada, o presidente Álvaro Uribe tira partido do triunfo para consolidar, na Colômbia, um bunker da oligarquia mais sanguinária e pro-imperialista da América Latina contemporânea.
No continente avançam, por vias predominantemente pacíficas, as causas do anti-imperialismo, do desenvolvimento independente, da integração soberana e quando menos do aplacamento das iniquidades sociais. Enquanto na trágica Macondo colombiana perduram os oligarcas sabujos dos Estados Unidos, o paramilitarismo, o narcotráfico, a corrupção, a fraude e a recusa em negociar uma saída para o impasse armado.
Os novos ventos continentais também sopram na Colômbia. Mas momentaneamente foram contidos pelos tambores da guerra e a fanfarra dos êxitos reais ou imaginários na eliminação militar das Farc.
Compreende-se que Ingrid não goste das Farc. O mundo inteiro saudou a liberdade da ex-senadora. E o uso dos sequestros na Colômbia enfrenta críticas como a expressa por Fidel Castro: Isso não exime Ingrid da responsabilidade que os holofotes da fama só realçam. Ela pode se unir a seus compatriotas que lutam por diferentes meios pela solução negociada do conflito armado, o intercâmbio humanitário dos prisioneiros de guerra, uma paz justa e democrática. E pode dar uma mão a Uribe, na busca de uma solução militar que vem ensanguentando o país e terá resultados no mínimo duvidosos.
Caso tenha escolhido Uribe, a prisioneira resgatada terá com certeza sua cota na partilha das batatas do momento. Mas terá feito a aposta estratégica errada, tão certo como a Colômbia faz parte da América Latina. Confira aqui

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