Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

terça-feira, 19 de agosto de 2008

A LIÇÃO DO ZIMBABWE

Acidentalmente, cruzei-me com um texto de Mário Crespo, sobre o Zimbabwe. Uma análise interessante e que recusa os facilitismos habituais neste tipo de análises. Não vai a reboque de ninguém, diz o que pensa e fez o trabalho de casa.
Recorda a presença do Fundo Monetário Internacional desde os primeiros momentos da independência supostamente para estruturar uma economia viável para o país. No fundo, apresenta o outro lado da noticia
Recorda-nos as suas recomendações de abandono da prática de reter, como reserva estratégica ,um ano de produção de cereais, fosse descontinuada.
Com as contas equilibradas, algo nunca visto na África subequatorial, sem milho de reserva, com um plano governamental de subsídios para a conversão de milho em tabaco e com o aplauso dos conselheiros de Washington, o Zimbabwe inaugurou a sua vida de país independente. Mas o FMI estava errado. O preço do tabaco não subiu e 1980 inaugurou um ciclo de seca na África Austral que iria durar mais de uma década. De exportador de milho, o Zimbabwe passou a ter que o importar para satisfazer o consumo interno. O milho híbrido dos Estados Unidos ganhou mais um cliente em África e o Zimbabwe entrou para o rol dos países africanos onde a fome e a instabilidade política são crónicas
Para aplacar a poderosa ala militar da Zanu, Mugabe apostou no saque à mão armada do Congo, numa confusa aliança militar paga em diamantes e petrodólares, Termina , afirmando: o bem-estar nem sempre é uma função meramente contabilística de défices orçamentais e balanças de pagamentos. E esse não é um problema exclusivo do Zimbabwe
O drama que hoje se desenrola no Zimbabwe é consequência de tudo isto e a saída de Mugabe da cena vai ser apenas uma parte da solução, escreve Mário Crespo. Confira
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